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Como perder a dor da perda
 
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10/08/2009

Como perder a dor da perda

Mulheres que vivem a interrupção voluntária da gestação precisam de cuidados médicos e atenção da família

Para pelo menos uma em cada dez mulheres, o ciclo da vida parece ter ficado invertido. Depois da felicidade de descobrir uma gravidez, vem a decepção: o fim da gestação antes do nascimento.

Perder um filho por aborto espontâneo é mais comum e mais doloroso do que se imagina. Mulheres que vivem essa dor física e emocional – causada, na maioria dos casos, até o fim do primeiro trimestre de gestação – desejam o silêncio e o recolhimento. Pais, irmãos e companheiros poucas vezes compreendem profundamente o ocorrido e as consequências que a experiência pode causar.

Infelizmente, o assunto é tabu em um século em que a informação é feita de forma tão rápida e lúcida. A necessidade de partilhar, dividir, perceber que não estão sozinhas é vital. As mulheres que perdem um filho possuem muitas perguntas, dúvidas que não expõem pela incompreensão que se formou ao redor do tema. Elas procuram o seu mundo, desabafa Maria Manuela Pontes, que acaba de lançar o livro Maternidade Interrompida. –

O drama da perda gestacional (Editora Ágora, 216 páginas), uma espécie de desabafo de mulheres que enfrentaram o problema que atemoriza gerações.

Sem escolher raça ou classe social, os abortos espontâneos do primeiro trimestre da gravidez são geralmente causados por anormalidades genéticas, principalmente trissomias como a Síndrome de Down, explica o ginecologista e obstetra Plinio Vicente Medaglia Filho, chefe do Serviço de Obstetrícia do Hospital São Lucas da PUCRS. Má formações uterinas, toxoplasmose e infecções congênitas, como a rubéola, também podem interromper a vida que se forma no útero materno. O risco, entretanto, é ainda maior quando há a presença de doenças crônicas (reumatológicas, renais, endocrinológicas, hipertensão, entre outras) e com o avanço da idade, geralmente a partir dos 35 anos época em que é cada vez mais comum a gravidez.

O aborto espontâneo é uma perda na qual a paciente faz luto, e a família e os amigos devem entender como tal. A paciente deve ser apoiada, principalmente psicologicamente, diz o médico.

Depois de uma primeira perda, a chance de recorrência aumenta. Após dois abortos sucessivos, a probabilidade de ocorrer novamente é de 24%. Após o terceiro, a chance de uma reincidência é de 30%, diz Janete Vettorazzi, ginecologista e obstetra do Hospital Mãe de Deus e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A explicação para os casos seriam fatores anatômicos (miomas e incompetência do colo uterino), genéticos, imunológicos, hormonais (alterações na tireoide e diabetes), infecciosos, alterações na coagulação e o consumo de cigarro e álcool.

A consulta pré-concepcional é importante para a paciente receber orientação médica e fazer exames. Aquelas com doença crônicas ou que utilizam medicações de uso contínuo devem consultar o médico antes de suspender a anticoncepção, alerta Janete.

Depois que o corpo demonstra-se preparado para uma nova concepção com o esvaziamento da cavidade uterina, os médicos recomendam aguardar de dois a três ciclos menstruais para uma nova tentativa. É quando surge a nova esperança de gerar uma vida.


Autor: Anelise Zanoni
Fonte: Zero Hora

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