O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira a campanha de prevenção da aids destinada à população em geral. Essa campanha será veiculada a partir do carnaval, mas segue até as festas de São João e a Copa do Mundo. Sob o mote "Se tem festa, festaço ou festinha, tem que ter camisinha", a iniciativa traz dois filmes com ênfase para o uso do preservativo. As peças de divulgação estão longe de repetir a polêmica de 2012, quando o governo censurou um filme voltado para o público gay jovem. Neste ano, são apresentadas celebrações em vários tipos de situações, incluindo uma festa em família.
A epidemia de aids está concentrada em alguns grupos, como homens jovens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo. Grupos que trabalham na prevenção de aids defendem que campanhas, como as de carnaval, são uma boa oportunidade para atingir esse público.
— Não pode haver estigma. Temos de trabalhar com todo o conjunto da população — afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
De acordo com ele, a campanha tem como objetivo combater a ilusão de que se está protegido contra o HIV. O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou existir campanhas específicas para grupos de maior risco, que são rotineiramente apresentadas em pontos considerados estratégicos.
Além do enfoque para o uso da camisinha, a campanha procura alertar para a necessidade de se fazer o teste para HIV. De acordo com Barbosa, em cidades que atraem grande quantidade de pessoas no carnaval serão estabelecidas parcerias com prefeituras para instalação de postos de testagem rápida.
O Ministério da Saúde estima que atualmente 150 mil pessoas desconhecem ser portadoras do vírus da aids. A meta do governo, de acordo com Barbosa, é ampliar a testagem e reduzir esse número em um terço, ainda este ano.
— Ano passado, identificamos 40 mil casos novos. Queremos ampliar essa marca para 60 mil — disse o secretário.
Além de garantir melhor qualidade de vida para portadores do HIV, a ampliação do número de pessoas em tratamento é considerada essencial para ajudar também na prevenção da doença. Pacientes em tratamento conseguem reduzir de forma significativa a quantidade de vírus circulante, o que acaba dificultando a transmissão da doença.
Foram destinados R$ 15 milhões para a campanha de prevenção à aids deste ano. Nos primeiros meses de 2014, já foram distribuídas 104 milhões de unidades de preservativos, quantidade suficiente para atender a demanda até março.