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11/01/2012

Doença pulmonar

Pesquisa mostra que tratamento correto reduz os gastos com doença pulmonar

A DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) é a manifestação conjunta da bronquite e do enfisema pulmonar e geralmente acomete fumantes e ex-fumantes com mais de 40 anos. Como não tem cura, requer acompanhamento especializado constante para controlar os sintomas, melhorar a falta de ar e diminuir as exacerbações (crises). Uma pesquisa que acaba de ser realizada em São Paulo, mostra que o tratamento adequado também faz bem para o bolso do paciente e para os cofres públicos, além de impactar positivamente na qualidade de vida do portador da doença.

O objetivo da pesquisa foi comparar o custo do tratamento com o custo das internações hospitalares – inclusive em UTI –, decorrentes da DPOC não tratada adequadamente. Após a introdução do broncodilatador de longa duração (brometo de tiotrópio) no tratamento dos pacientes, foi observada uma redução das idas ao pronto socorro, cuja média caiu de 1,72 para 0,38 atendimentos por ano. Já as internações reduziram pela metade, de 0,71 para 0,30 por ano em média. Dos 140 pacientes acompanhados, dois terços eram portadores de DPOC grave ou muito grave e, apesar do quadro mais severo, praticamente não precisavam mais ser internados, pois o tratamento adequado manteve a doença sob controle. A evolução foi observada ao longo de um ano, por meio de visitas mensais, uso de medicação adequada, reabilitação pulmonar e interrupção do tabagismo.

“O estudo confirmou o que a experiência clínica diária já demonstrava: que os pacientes com DPOC bem cuidados e acompanhados não se internam com tanta freqüência, apresentam menor número de crises e, consequentemente, menores gastos”, explica a pneumologista Dra. Iara Nely Fiks, coordenadora da pesquisa e professora do Departamento de Pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC. Para ela, os serviços de saúde, tanto público quanto privado, deveriam direcionar os recursos para o tratamento clínico da DPOC, o que reduziria os gastos com internações e hospitalizações, sempre bem onerosos. Somente em 2008 foram realizadas mais de 128 mil internações por DPOC na rede pública, a um custo de R$ 76 milhões, de acordo com o Datasus.

Entre os principais sintomas da DPOC estão a tosse com produção de catarro, falta de ar e dificuldade de fazer exercícios. Depressão e ansiedade também são comuns. Apesar de pouco conhecida, a DPOC já é a quinta maior causa de morte no Brasil, com 37 mil óbitos por ano, o equivalente a mais de quatro brasileiros a cada hora. A dificuldade de respirar (dispnéia) é uma das maiores queixas dos pacientes, pois dificulta a realização de atividades cotidianas, como trocar de roupa e tomar banho. Segundo o Datasus, a doença atinge cerca de 7 milhões de pessoas em todo o País.

Perfil do paciente

Do grupo que participou da pesquisa, a maioria é aposentada e custeia seu próprio plano de saúde suplementar, muitas vezes com o auxílio da família. Além disso, devido à idade e ao próprio histórico de tabagismo, é comum o paciente ter outras doenças como diabetes e hipertensão arterial sistêmica, o que demanda o uso de outros medicamentos. “Tudo o que puder ser feito para aliviar o bolso desses pacientes é bem-vindo”, afirma a médica. Vale lembrar que a maioria das emergências ocorre à noite e envolvem custos, sejam diretos como o serviço de ambulância, ou indiretos, como o familiar que deixa de ir ao trabalho para acompanhar o paciente durante sua internação.

O impacto mais positivo foi percebido na qualidade de vida desses pacientes. Oito dimensões de análise de qualidade de vida foram avaliadas (capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitação por aspectos emocionais e saúde mental). Destes, sete tiveram aumento, indicando melhora do estado geral de saúde do paciente. Apenas o item “dor” não obteve significância, já que a doença em geral não provoca esse tipo de sintoma.

Pelo fato da DPOC ser uma doença crônica, mantê-la sob controle faz toda a diferença na vida do paciente. “É muito gratificante ver um paciente que havia se aposentado por causa da doença poder voltar a trabalhar”, conta Dra. Iara. O tratamento correto e regular devolve a autonomia do paciente que passa a não ficar tão dependente da família e pode até assumir novas tarefas, recuperando sua auto-estima e dignidade.

Prevenção e tratamento

A melhor maneira de prevenir a DPOC é não fumar. Para os fumantes e ex-fumantes, a orientação é procurar um pneumologista para a realização de exames periódicos. A doença não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos específicos, como o brometo de tiotrópio, utilizado nessa pesquisa. O tratamento traz benefícios, em longo prazo, para o paciente, pois trata a DPOC de maneira global, diminuindo, significativamente, o número de crises e de internações, melhorando a qualidade de vida, aumentando a resistência a exercícios e reduzindo a mortalidade. O tratamento medicamentoso em questão é recomendado pelos Consensos Internacional e Brasileiro de DPOC, como terapia essencial para o tratamento da DPOC e está disponível em parte da rede pública de saúde.


Autor: Imprensa
Fonte: Ciber Saúde

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