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Procura por cirurgia bariátrica cresce 800% no SUS e 300% na rede particular
 
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06/04/2014

Procura por cirurgia bariátrica cresce 800% no SUS e 300% na rede particular

Cirurgião do aparelho digestivo explica como funciona o procedimento e por que procura pelo procedimento tem aumentado tanto nos últimos anos

Recentemente, um fato chamou atenção. Cerca de três mil pessoas estiveram no ginásio da Unicamp para uma inscrição um pouco diferente. Não era vaga de emprego, nem espera por exame vestibular. Os candidatos estavam ali buscando uma oportunidade de fazer cirurgia bariátrica. A procura por esse tipo de procedimento aumentou consideravelmente na última década. Em hospitais do SUS, o número de operações do tipo cresceu quase 800%, entre 2001 e 2010. Já nos particulares, o crescimento chegou a cerca de 300%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. O cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Villa-Lobos, Guilherme Kappaz, explica que o aumento deve-se, em parte, a uma maior informação sobre a operação. Mas não é só isso.

“Essa é uma cirurgia com mais de 20 anos. Atualmente, tornou-se comum ver colegas ou conhecidos que se submeteram ao procedimento”, conta. Segundo ele, os médicos também estão mais seguros em indicar a operação. Popularmente conhecida como redução de estômago, a cirurgia bariátrica é um conjunto de técnicas médicas realizadas no aparelho digestivo com o objetivo de tratar a obesidade. Entre as técnicas utilizadas, as mais comuns são o Bypass Gástrico e a Gastrectomia Vertical.

O Bypass é um procedimento mais antigo, que visa a reduzir o tamanho do estômago e desviar o alimento da primeira porção do intestino. Já na Gastrectomia Vertical, o médico não mexe no intestino e deixa o estômago em formato de tubo, reduzindo-o em 80% do seu tamanho. “Eu gosto da Gastrectomia Vertical, pois não mexe no intestino. Assim, o risco de complicações tardias é menor, pois ela não influencia na absorção de nutrientes. No entanto, ela emagrece um pouco menos que o Bypass”, explica o médico. Por causa das especificidades da cirurgia, a avaliação sobre a melhor técnica deve ser feita caso a caso.

“Se a pessoa tiver IMC (Índice de Massa Corpórea) acima de 40, independentemente, haverá indicação cirúrgica. Até por que só 5% delas consegue perder peso pelos métodos tradicionais”, detalha Kappaz. Já nos casos de pessoas que possuem entre 35 e 40 de IMC, a bariátrica é recomendada, caso existam doenças associadas como hipertensão, diabetes, entre outras. Em todas as circunstâncias, o candidato passa por uma avaliação multidisciplinar com cirurgiões, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e clínicos gerais. Somente após essa análise, ele é encaminhado para a cirurgia. Após a operação, o paciente perde em média 70% do excesso de peso, desde que cumpra o protocolo multidisciplinar envolvendo prática de atividades físicas regulares, dieta e acompanhamento psicológico.

O pós-operatório evoluiu muito nos últimos anos, principalmente pela adoção da videolaparoscopia. Com essa técnica, o cirurgião utiliza pinças finas e uma câmera acoplada a um monitor para realização da operação. Por ser um método menos invasivo, os riscos são menores. A média de internação do paciente é de 48 horas. Quanto à dieta, é necessário seguí-la rigorosamente após a cirurgia. “Nos primeiros dias, o paciente precisa fazer uma dieta líquida, depois pastosa e por fim, sólida (em cerca de 1 mês)”, diz o especialista.

As chances de engorda, após a operação, vão depender, sempre, do nível de comprometimento do paciente com o novo estilo de vida. “Nós, médicos, dizemos que o primeiro ano da cirurgia é como uma fase de lua de mel”, brinca. Apesar de todos terem uma reengorda natural — com o tempo a pessoa começa a ter dilatação do estômago e o intestino passa a absorver mais — é raro que engorde tudo o que perdeu com a cirurgia. Após a dieta restritiva do primeiro mês, o paciente pode voltar a comer de tudo, de forma balanceada e em quantidades limitadas. Porém o cirurgião lembra que, por mais eficiente que seja a bariátrica, ela não faz milagres sozinha. “A pessoa precisa participar. Apesar de haver uma equipe multidisciplinar envolvida, a pessoa tem que fazer a parte dela”, finaliza.


Autor: Cintia Ferreira
Fonte: Ecco Press

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