A Asma brônquica causada por alergia alimentar foi um dos temas centrais abordados pela especialista internacional no assunto, Anna Nowak-Wegrzyn durante o Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria. A médica é uma das principais autoridades mundiais em alergia alimentar, atuando no Jaffe Food Allergy Institute, no Mount Sinai Medical Center, localizado em Nova Iorque. A característica da dieta de cada país exerce influência no número de casos e estudos recentes comprovaram que a dieta mediterrânea é preventiva.
- Analisando o cenário da Europa, por exemplo, se percebe uma prevalência de casos em países como Espanha, Portugal, Alemanha e Polônia. A Grécia tem uma dieta muito mais benéfica e isso pode ser percebido com taxas menores da doença. São alimentos com menos gordura e mais fibras como peixes, frutas e todos os tipos de óleos. Por isso, pode ser considerada uma dieta preventiva - explicou a médica.
Um grupo de 8 alimentos é responsável por aproximadamente 90% dos casos de alergia alimentar: laticínios, ovos, lagosta, peixe, nozes, soja, trigo e amendoim. Para o Brasil, alguns alimentos como nozes e amendoim são menos comuns na dieta, especialmente se comparados com nações como Estados Unidos, Canadá e Austrália.
A introdução precoce ou tardia de alimentos na dieta dos bebês é apontada pela médica como um dos fatores perigosos, porque o organismo não está preparado ou pode não se adaptar ao alimento. Antes e durante a gravidez, uma alimentação saudável e equilibrada da gestante é fundamental.
- Recomendamos sempre uma vida saudável, com atividades físicas comendo muitas frutas, vegetais e fibras. Obviamente que o cigarro deve ser evitado porque é um dos maiores fatores de risco não só pela asma, mas porque produz inflamação no corpo e diretamente contribui para o risco de alergias - explicou.
Outros fatores de risco são: poluição, anormalidades na flora intestinal e pouca exposição a luz do sol que gera deficiência de vitamina D. A amamentação por no mínimo 6 meses é altamente recomendada.
A rinite alérgica foi lembrada também como outro grave problema que afeta atualmente de 10% a 30% de crianças e adultos e um dos principais fatores causadores é a poluição, com maior índice de casos em zonas industrializadas.