
O surgimento de um novo hospital em Porto Alegre pode ajudar a resolver o problema de outro. Em crise financeira crônica, o Hospital Parque Belém pode pegar uma carona com seu mais novo vizinho, o Hospital da Restinga, que deve ser inaugurado em julho.
Em audiência pública realizada nesta quinta-feira na Câmara de Vereadores, foi criada uma comissão com o intuito de montar parcerias entre as duas instituições de saúde. Além do secretário municipal de Saúde, Carlos Henrique Casartelli, participaram da reunião integrantes do Grupo Hospitalar Moinhos de Vento, responsável pelo novo estabelecimento de saúde da Restinga.
Casartelli destacou a capacidade de atendimento em média-complexidade do novo hospital da Restinga e a importância do trabalho conjunto que pode ser feito com o Hospital Parque Belém, que tem ênfase no atendimento hospitalar de alta complexidade.
Com 199 leitos, o Parque Belém possui hoje uma unidade de Neurologia e, até meses atrás, tinha uma grande equipe de Traumatologia. Ele tem também um Centro de Dependentes Químicos que é referência estadual. Em decorrência da crise financeira, a unidade de terapia intensiva, que tem 20 leitos, está com apenas três deles ocupados. Das 199 camas para pacientes existentes no Parque Belém, apenas 60 estão ocupadas, todas por dependentes químicos em tratamento psiquiátrico.
A ideia traçada na reunião na Câmara de Vereadores é que, como o novo hospital da Restinga deve atender até mil pacientes por dia, parte deles seja canalizado para o Parque Belém — especialmente os casos muito graves. Isso representaria fluxo financeiro para o combalido Parque Belém.
Ainda nesta quinta foi feita primeira reunião do grupo de trabalho montado para debater a situação. Em quinze dias deve ser entregue um relatório ao secretário Casartelli, à secretária estadual de Saúde, Sandra Fagundes, ao presidente da mantenedora do Parque Belém, Luiz Augusto Pereira e ao superintendente da Associação Moinhos de Ventos, Fernando Andreatta Torelly.