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Relação entre distúrbios alimentares e uso de álcool
 
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21/08/2009

Relação entre distúrbios alimentares e uso de álcool

CISA alerta para relação entre a prevalência de distúrbios alimentares e transtornos devido o álcool

O CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, organização não governamental que se destaca como uma das principais fontes no País sobre o tema, alerta para a associação preocupante entre transtornos alimentares e o consumo nocivo de bebidas alcoólicas. Uma revisão literária de 15 artigos científicos, publicados entre os anos de 2002 e 2009, sobre a associação entre transtornos alimentares e o uso, abuso e dependência de álcool, aponta que mulheres sob risco de desenvolver distúrbios alimentares ou já diagnosticadas como tal, independentemente da faixa etária, consomem bebidas a lcoólicas em maior quantidade e frequência.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, os transtornos alimentares são severas perturbações do comportamento alimentar, identificados especialmente entre as mulheres, acometendo cerca de 0,5% a 3% da população feminina geral.

A origem dos transtornos alimentares é desconhecida, porém, estudos indicam que se trata de um modelo causal multifatorial, com participação de componentes biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares, tais como: a obsessão de ter um corpo magro e perfeito reforçado pela sociedade ocidental; críticas sobre a aparência dos filhos; baixa auto-estima; controle constante e completo sobre a própria vida ou falta de auto-confiança.

Entre os principais resultados indicados na revisão literária dos artigos científicos, estão:

 

- Os transtornos alimentares prevalecem mais entre as mulheres: estudo realizado no Reino Unido aponta que as mulheres têm um risco 12 vezes maior de desenvolver anorexia nervosa que homens, razão que aumenta para 18 quando considerada também a incidência de bulimia nervosa. Independentemente do gênero e do subtipo de transtorno, a incidência é maior entre a população mais jovem. No entanto, estudo canadense realizado com mais de 9.000 mulheres com idade superior a 50 anos observou que a chance de ser dependente de álcool entre mulheres de 50 a 64 anos e com sintomas de transtorno alimentar é seis vezes maior que para mulheres sem esta sintomato logia.

 

- No Brasil: na população brasileira, pesquisas têm indicado uma prevalência de 1,1% de bulimia nervosa entre estudantes do ensino fundamental e médio e 3,4% entre universitários. Embora não tenham sido diagnosticados como tal, 13,3% das estudantes de ensino fundamental e médio apresentaram sintomas de anorexia nervosa e os mesmos sintomas foram detectados entre 15,6% de outros adolescentes.

 

- Associação entre consumo de álcool e incidência de distúrbio alimentar: na Europa, especialmente na Espanha, Áustria e Eslovênia, a prevalência do uso de álcool é maior entre pacientes com algum transtorno alimentar em relação a sujeitos saudáveis (34,1% vs. 26,9%), sugerindo a existência de uma relação entre esses transtornos.

Em relação ao abuso e dependência de álcool, tais condições são identificadas entre 16% das pacientes com transtornos alimentares. Já quanto aos seus subtipos, identifica-se que a bulimia nervosa tem maior associação com os transtornos relacionados ao uso de álcool (provavelmente pela relação que ambas as condições tenham com comportamentos compulsivos), seguida de outros transtornos purgativos, como Transtornos Alimentares Sem Outra Especificação (TASOE) e o Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP).

Em termos de prevalência, estudos sugerem que o abuso e dependência de álcool estejam presentes em 16% dos casos de bulimia nervosa, 14% de anorexia nervosa purgativa, 14% de TASOE e 3% de anorexia nervosa restritiva.

Outra constatação relevante é que a presença de comportamentos isolados de transtornos alimentares, como preocupação excessiva com o peso, insatisfação com o corpo e comportamentos compulsivos ou compensatórios com a alimentação, pode ter uma relação positiva com o consumo nocivo de álcool.

Desta forma, os pesquisadores recomendam que estudos nacionais capazes de identificar a associação entre transtornos alimentares e transtornos relacionados ao uso de substâncias em nossa população são necessários a fim de que possamos identificar os problemas e impactos decorrentes desta relação em nossa população com o objetivo de guiar políticas públicas.

 

Sobre o CISA

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental lançada em 2004 pelo psiquiatra e especialista em dependência química Arthur Guerra de Andrade, é hoje a maior fonte de informações no País sobre o binômio álcool e saúde. Por meio de seu website (www.cisa.org.br), o CISA dispõe de um banco de dados com mais de 1.600 títulos, desde publicações científicas reconhecidas nacional e internacionalmente, dados oficiais, até notícias publicadas em jornais e r evistas destinados ao público em geral. Além de estar comprometido com o avanço do conhecimento na área de saúde e álcool, o Centro também atua na prevenção do abuso e nos problemas do uso indevido da substância, por meio de parcerias e elaboração de materiais de apoio a pais e educadores.
 


Autor: Assessoria de Imprensa do CISA
Fonte: PLANIN Worldcom

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