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Crise na saúde: nascimento de bebês não vale o suficiente para pagar as contas de hospitais
 
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04/08/2014

Crise na saúde: nascimento de bebês não vale o suficiente para pagar as contas de hospitais

Para os hospitais, compensa mais ter vagas para pacientes de alta complexidade, do que investir em leitos para maternidade

As futuras mamães paulistas não poderão mais escolher dar à luz no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, e no Stella Maris, em Guarulhos. Ambas as instituições anunciaram que vão substituir a maternidade pela ampliação de outras especialidades médicas, especialmente procedimentos de alta complexidade e, consequentemente, maior rentabilidade.

Para o obstetra César Eduardo Fernandes, diretor científico da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), “os hospitais não podem ficar com as contas no vermelho, mas acima de tudo são prestadores de serviços e precisam continuar atendendo a demanda da população”.

- Para os hospitais, compensa mais ter vagas para pacientes de alta complexidade, como o câncer, do que investir em leitos para maternidade, que são menos lucrativos. Dessa forma, os gestores dos hospitais não vêm mais atrativos em manter a maternidade.

Desiré Carlos Callegari, do CFM (Conselho Federal de Medicina), concorda com o colega e acrescenta que “como o custo da maternidade é muito alto e os convênios remuneram mal o serviço, a conta não fecha”.

- Os honorários do médico e os custos de maternidade precisam ser remunerados adequadamente para não haver desequilíbrio nas contas. Como a realidade atual não é essa, possivelmente outras maternidades vão seguir a mesma trajetória.

As instituições alegam que a população brasileira está envelhecendo e que serão necessários mais leitos para atender esse público. No entanto, Fernandes rebate a justificativa.

- Acho que criar espaço para esse novo panorama é muito sensato e importante, mas não consigo aceitar que para isso tenham que fechar as maternidades.

Nos últimos cinco anos, vários hospitais investiram na área de Oncologia porque é um “serviço que está em alta”, observou a professora Libânia Paes, coordenadora do CEAHS - Pós-Graduação em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde da Faculdade Getúlio Vargas.

-  Antigamente, os hospitais investiam em serviços diferenciados e hotelaria das maternidades respondendo a uma demanda do mercado, mas hoje, com o aumento da expectativa de vida, surgiram outras necessidades. Mais do que o lucro, os hospitais buscam resultados positivos que servem como incentivo para novos investimentos.

Segundo Libânia, a área da saúde não pode parar no tempo. É preciso modernizar os departamentos, oferecer qualidade de atendimento, novas tecnologias e mão de obra especializada.

- Mas, para isso é preciso profissionalizar a gestão hospitalar para equilibrar as contas.

O SUS (Sistema Único de Saúde) também não escapou da crise. Entre 2010 e 2013, 3.431 leitos públicos de obstetrícia foram desativados. No mesmo período, a quantidade de leitos privados e aqueles destinados aos beneficiários de planos de saúde caiu de 14.354 para 14.185. O levantamento é do CFM (Conselho Federal de Medicina). Embora a população esteja crescendo em velocidade menor, Callegari condena a diminuição de leitos, especialmente do SUS.

- Ainda temos 150 milhões de pessoas que dependem da rede pública de saúde e 50 milhões que usam o sistema suplementar. A situação é preocupante e já temos o caso da Santa Casa.

Em nota, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) informou que com o fechamento das maternidades, "os planos de saúde precisam oferecer alternativas para o atendimento das beneficiárias com a mesma qualidade e serviço prestado pelo hospital descredenciado". 


Autor: Fabiana Grillo
Fonte: R7 - Saúde
Autor da Foto: Thinkstock

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