O número de mortes por Asfixia Perinatal é motivo de alerta para os médicos pediatras. O Brasil tem aproximadamente 3 milhões de nascimentos por ano. Aproximadamente 20% dos óbitos em nascidos vivos ocorrem por causas relacionadas à Asfixia Perinatal. O vice-presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Marcelo Porto, chama a atenção para os cuidados fundamentais no controle de temperatura ambiental.

- No bebê prematuro, é claro que isso é muito importante, mas a recomendação vale para todos. A temperatura deve estar em torno de 26 graus. A hipotermia é um fator de risco que aumenta em 28% para cada grau abaixo de 36ºC - explicou.

O fenômeno acontece no feto ou Recém Nascido devido à má oxigenação nos órgãos. O risco de asfixia durante o trabalho de parto e nos primeiros minutos de vida é muito elevado, pois o recém-nascido deve adaptar-se à vida extrauterina, com alteração das vias circulatórias. A estimativa é que um em cada 10 nascidos necessita de assistência para iniciar a respiração ao nascer e um em cada 100 necessita de intubação Traqueal.

Um dos esforços atuais é a qualificação dos médicos para o atendimento. Através de iniciativa da Sociedade Brasileira de Pediatria estão sendo qualificados médicos de todo o país para Reanimação Neonatal. O programa é considerado o 2º maior do mundo e ajuda a reduzir índices de mortalidade infantil.

- O atendimento por um profissional especializado reduz em 20% as taxas de mortalidade neonatal, por isso é muito importante - completou Marcelo Porto.

Um dos procedimentos mais simples é também considerado um dos mais importantes, que é a ventilação pulmonar. A preparação dos profissionais para o manejo com o Recém Nascido fez parte das atividades do Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria, realizado em Porto Alegre.