O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira que os transplantes de ossos tiveram uma alta de 53% de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. As informações foram registradas pelo principal centro de captação de tecidos musculoesqueléticos do país, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Rio de Janeiro.

Foram 17 captações que possibilitaram a realização de 292 cirurgias ortopédicas e odontológicas em dez estados para correção de falhas ósseas originadas por doenças como artrose e câncer, além de fraturas que necessitaram da utilização de enxertos.

O Banco de Tecidos do Into transportou, por meio de avião, enxertos ósseos para atender solicitações de 39 hospitais cadastrados no Sistema Nacional de Transplantes. Foram disponibilizados, ao todo, 459 enxertos para o Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. Do total, 81% foram utilizados em cirurgias no Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

Segundo o Into, um doador de ossos pode beneficiar cerca de 30 pessoas. Há cirurgias em que é necessário um pequeno fragmento para reconstruir uma lesão ou até a substituição de um osso inteiro, como o fêmur, a tíbia e o úmero, para evitar a amputação de membros de pacientes com câncer ósseo.

Pessoas com idade entre 10 e 70 anos, que não tenham sido vítimas de câncer ósseo, osteoporose ou doenças infecciosas transmitidas por meio do sangue (como hepatite, AIDS, malária) podem ser doadoras após comprovada a morte encefálica. São captados do doador o fêmur inteiro, a tíbia, o úmero, parte da crista ilíaca (quadril), entre outros. Os ossos dos membros inferiores e superiores são substituídos por material sintético, mantendo a forma e a aparência do doador preservada.

Após liberação para uso, os tecidos atendem a cirurgias realizadas no próprio instituto e em outros hospitais cadastrados no Sistema Nacional de Transplantes.