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Médicos defendem orientação de uso de DIU e implantes hormonais para evitar gravidez na adolescência
 
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27/10/2014

Médicos defendem orientação de uso de DIU e implantes hormonais para evitar gravidez na adolescência

Associação Americana de Pediatria recomendou prevenção de longo prazo

Uma orientação da Academia Americana de Pediatria para evitar a gravidez indesejada em adolescentes indica uma aposta em prevenção de longo prazo. A entidade recomenda o uso do DIU (dispositivo intrauterino) ou implantes hormonais a mulheres sexualmente ativas com menos de 20 anos, desde que acompanhados de preservativos (para evitar doenças sexualmente transmissíveis). Por não exigir disciplina diária da mulher, ao contrário da pílula, a alta eficácia dos métodos justificaria sua adoção.

No Brasil, o implante subcutâneo não está entre os métodos adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para controle de natalidade na adolescência, mas o DIU é disponibilizado para mulheres de todas as idades.

— A recomendação está de acordo com estudos que mostram que os métodos que dependem da administração diária da usuária podem ser suscetíveis a falhas, principalmente entre as mais jovens — afirma Cristina Guazzelli, ginecologista e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Meio milhão de mães com menos de 20 anos por ano

Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Ministério da Saúde apontam que 536 mil jovens com menos de 20 anos foram mães em 2012. No mesmo ano, a taxa de gravidez entre as mulheres de 15 a 19 anos representou 17,7% do total das gestações. Tema de encontro no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) na manhã de quarta-feira, o comportamento de risco dos adolescentes costuma ser um dos responsáveis pela gravidez indesejada.

— As mulheres iniciam a vida sexual cedo. Mas antes era em situação mais estável. Hoje, elas saem, bebem e transam com alguém que nunca viram, sendo que, às vezes, nem lembram se transaram. Isso as torna mais suscetíveis — pondera a professora do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HCPA Solange Garcia Accetta.

Médica gineco-obstetra e coordenadora do Núcleo de Políticas de Saúde da Mulher na Secretaria Estadual da Saúde, Nadiane Lemos, explica que não há orientação do Ministério da Saúde para mudança de estratégia nos hospitais e postos de saúde. No entanto, considera a longa duração do efeito e sua eficácia pontos favoráveis para que o SUS adote a medida:

— Temos dificuldade educacional para o uso de anticoncepção de qualquer método. Como política, teremos de fazer uma discussão ampla. Se há resultado em outros públicos-alvo, sabendo que uma das falhas da pílula é por mau uso, temos de expandir a discussão.

Nadiane alerta que é preciso levar em conta que os DIUs de cobre apresentam risco de infecções caso a usuária tenha múltiplos parceiros, não faça exames de rotina ou não use camisinha. O desconforto para a inserção do dispositivo e seus efeitos colaterais (sangramento intenso e duradouro no primeiro ano) são fatores que pesam contra o método.

Em 2007, o uso de implante subcutâneo foi proposto pela Secretaria Municipal de Saúde da Capital a adolescentes de áreas pobres. Na época, o órgão recebeu a doação de 2,5 mil kits de contraceptivos subdérmicos. A aplicação causou polêmica e fez o programa ser suspenso — a atual gestão informou que o projeto não foi adiante e nem chegou a ser incorporado como política institucional. A secretaria segue a orientação do SUS, de distribuir camisinhas femininas e masculinas e anticoncepcional.

Mirela Foresti Jiménez, presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Sul (Sogirs), ressalta que os métodos devem ser oferecidos a todas as usuárias do sistema público de saúde. Não apenas um grupo específico de pessoas. 


Autor: Lara Ely
Fonte: Zero Hora
Autor da Foto: Reprodução Zero Hora

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