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27/08/2009

Amigos imaginários

Os programas de televisão podem afastar a solidão, segundo pesquisas em Psicologia Social

O estômago está rosnando, mas não tem nenhum tempo para uma boa alimentação? Um lanche resolverá. Você está sonolento e sente-se incapaz de concentrar-se? Um cochilo curto pode reavivá-lo quando uma boa noite de sono não for possível. Mas o que se deveria fazer ao sentir-se solitário?

Uma nova pesquisa psicológica sugere que a solidão possa ser aliviada simplesmente assistindo ao seu programa favorito de televisão. Da mesma forma que um lanche pode saciar a fome em vez de uma boa alimentação, parece que assistir a programas prediletos de televisão pode proporcionar a experiência de pertencer, sem que haja uma verdadeira interação interpessoal.

Durante décadas, psicólogos estiveram interessados em compreender como os indivíduos alcançam e mantêm relações sociais, no intuito de repelir o isolamento e a solidão. A maioria dessas pesquisas focalizou nas relações entre indivíduos reais, que interagiam face-a-face.

Contudo, recente pesquisa ampliou esse foco das relações reais para as virtuais, ou ainda “relações para-sociais”. Estas podem ser definidas como pseudo-relações que nós desenvolvemos com o passar do tempo com as personagens de televisão ou de filmes. Assim, da mesma maneira que uma amizade evolui ao passar do tempo, através d convivência e com o compartilhamento de pensamentos e opiniões, as relações para-socias são desenvolvidas ao assistirmos aos nossos programas favoritos de televisão e nos envolvermos com as idiossincrasias e experiências das personagens, como se elas fossem um amigo.

Em um recente artigo publicado no Journal of Experimental Social Psychology, Jaye Derrick e Shira Gabriel, da Universidade de Búfalo, e Kurt Hugenberg, da Universidade de Miami, testaram o que eles chamaram de “Social Surrogacy Hypothesis” (Hipótese do Amparo Social).

Os autores teorizaram que a solidão motiva os indivíduos a procurarem relações, sejam elas reais ou não. Em uma série de experimentos, os autores evidenciaram uma maior probabilidade de os participantes assistirem a um programa favorito de televisão quando eles estavam se sentindo sozinhos e comprovaram que era mais improvável sentirem-se sós quando assistindo tal programa.

Essa evidência preliminar sugere que as pessoas procuram substituições sociais, espontaneamente, quando as interações reais forem indisponíveis. Os autores também verificaram que os participantes que recordaram uma briga com uma pessoa íntima estiveram, durante um período de tempo, significativamente maior, assistindo ao seu programa favorito de televisão que um programa qualquer.

Parece que ao sofrer a “falta de pessoas” de fato, as pessoas passam a se divertir acompanhando seus programas prediletos de televisão, como se essas relações para-socias adquiridas por este meio substituíssem as relações problemáticas que tinham sido recordadas.

Compartilhar uma experiência de ameaça às relações interpessoais, como uma briga ou a rejeição social, rebaixa a autoestima e gera um humor negativo. Porém, os investigadores observaram que os participantes que experimentaram uma ameaça da relação e, então, assistiram ao seu programa favorito, receberam uma proteção contra esses sentimentos.

Essa pesquisa contribui com a literatura mais ampla relativa à natureza fundamental da necessidade de pertença. Como animais sociais, os humanos são dirigidos por uma necessidade inerente de ganhar aceitação, formar e manter relações com os outros. Quando o desejo de conexão é satisfeito com interações consistentes e significantes, o desejo diminui; caso contrário, este se intensifica, como ocorre na fome, forçando o indivíduo a ação.
 


Autor: Fionnuala Butler e Cynthia Pickett. Adaptado por SIS.Saúde
Fonte: Scientific American

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