O diagnóstico precoce da perda auditiva pode evitar uma série de problemas em recém-nascidos e impedir problemas futuros. A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) alerta que, segundo dados internacionais, a cada 100 nascimentos, um a seis bebês nascidos com fatores de risco apresentam perda auditiva. Essa taxa tende a aumentar nos bebês que precisam ficar em UTI neonatal logo após o nascimento. Um estudo realizado no Rio Grande do Sul com crianças que nasceram com muito baixo peso a prevalência de deficiência auditiva foi de 6,3%. A Triagem Auditiva Neonatal é lei e está em vigor desde agosto de 2010.

Existem diferentes causas que aumentam a chance da criança nascer com deficiência auditiva ou desenvolvê-la durante a infância. Entre eles, estão:

- Pessoas na família com deficiência auditiva desde o nascimento (congênita) ou com início na infância;

- Infecções adquiridas no nascimento: Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Herpes, HIV;

- Peso ao nascimento inferior a 1.500g;

- Apgar de 0 a 4 no 1º minuto, ou 0 a 6 no 5º minuto;

A SBO alerta que em muitos casos, é possível prevenir o avanço dos problemas nas crianças e até mesmo reverter o quadro. “É possível tratar quase todos os tipos de surdez, são raros os casos que não tem tratamento”, alerta a vice-presidente da Região Sul da SBO, Dra. Leticia Rosito. A intervenção adequada possibilita o melhor desenvolvimento da linguagem oral, por meio da adaptação de aparelhos auditivos e início da terapia fonoaudiológica, além de permitir o diagnóstico diferencial de outras patologias.

No próximo sábado, dia 8 no Largo do Mercado Público no Centro de Pelotas e domingo, dia 9, no Parque da Redenção em frente ao Monumento ao Expedicionário em Porto Alegre, a Sociedade Brasileira de Otologia vai realizar uma ação educativa com crianças, alusiva ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, lembrado todo ano no dia 10 de novembro. Especialistas na área, como médicos e fonoaudiólogas, estarão nos locais para realizar alguns exames e também orientar os pais sobre os cuidados a serem tomados. A orientação a gestantes também é fundamental para a conscientização e um cuidado ainda maior.

A partir de um ano, a criança já deve estar falando as primeiras palavras. De acordo com. Letícia, o termo surdo e mudo é incorreto. “A impossibilidade de escutar é o que leva algumas pessoas a não conseguirem reproduzir o som e consequentemente falar”, explica. Manter o calendário de vacinação atualizado ajuda a evitar problemas auditivos, que algumas vezes são reflexos de muitas doenças, como a meningite.

Tratamentos

Existem diversos tratamentos para perda auditiva, tanto em clinicas privadas quanto em clinicas públicas. Todo indivíduo que apresenta dificuldade para ouvir ou tem uma criança na família com atraso de fala, assiste televisão num volume muito alto ou tem zumbido (barulho) no ouvido, deve procurar ajuda o mais precoce possível para minimizar os efeitos desta alteração.

O tratamento da surdez pode ser com o uso de medicamentos, por meio de cirurgias com a colocação de próteses dentro da orelha, utilização de aparelhos auditivos e, nos casos mais graves, de aparelhos implantáveis cirurgicamente na cóclea (implante coclaer) ou no tronco cerebral (implante de tronco cerebral).

A referência no Estado para tratamento da surdez pelo SUS é o serviço de otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas, que atende pacientes com perda auditiva de todas as causas. O programa de concessão de aparelhos auditivos pelo SUS iniciou em 2001 no HCPA e recebe 70 pacientes novos por mês, sendo 17% crianças. O HCPA realiza desde a consulta médica inicial até a reabilitação auditiva, que inclui a seleção e adaptação dos aparelhos auditivos e a terapia fonoaudiológica em crianças, adultos e idosos. São realizadas aproximadamente quatro cirurgias de implante coclear por mês.

Açôes:

Pelotas: Largo do Mercado Público - Centro

Sábado dia 8 Horário: das 9h às 13h

Porto Alegre: Redenção (em frente ao Monumento Expedicionário)

Domingo dia 9 Horário: das 9h às 13h