A Polícia Civil pretende ouvir, a partir desta quinta-feira, os quatro médicos da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) que são suspeitos de prevaricação (crime contra a administração pública). Conforme a ocorrência registrada por policiais militares na quarta-feira da semana passada, ninguém estaria sendo atendido no local às 2h porque os médicos estariam dormindo. Uma médica também registrou ocorrência, porém, alegando que um militar foi desrespeitoso na sua abordagem.

O delegado Jun Sukekava, da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), que está investigando o caso, afirma que pretende confrontar as duas versões para apurar o caso. Entre as afirmações dos policiais, estão as de que "o médico só acordou quando a guarnição chegou", que "não havia ninguém no serviço de emergência" e que uma médica afirmou que "era parente de um coronel na Brigada".

Segundo a direção da UPA, que nega que tenha ocorrido qualquer irregularidade e garante que os profissionais não estavam dormindo, os médicos não foram notificados para depor, mas irão comparecer ao depoimento. Eles seguem trabalhando normalmente na Unidade de Pronto-Atendimento.

A delegacia do Conselho Regional de Medicina (Cremers) de Santa Maria também recebeu uma denúncia contra os médicos. Segundo o presidente da entidade, Floriano de Souza, as informações foram repassadas para o Cremers em Porto Alegre, onde uma comissão deve abrir uma sindicância sobre o caso.