O Ministério Público do Estado pode chamar uma audiência para esclarecer a situação do Hospital Parque Belém, que tem vagas ociosas para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) porque a Central de Regulação de Porto Alegre não estaria encaminhando pacientes para a instituição, na zona sul da Capital.

A promotora de Justiça Liliane Pastoriz, da Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre, analisa o caso, que vai na contramão da maior parte das demandas na área da saúde pública, onde o mais comum é a falta de leitos.

Na terça-feira, reportagem de ZH mostrou que o hospital conta com dezenas de leitos de internação clínica ociosos. Há vagas até mesmo na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e também no bloco cirúrgico. As estruturas foram recém reformadas.

A Secretaria Municipal de Saúde alegou que o hospital é para atendimentos de baixa complexidade, o que limitaria o encaminhamento de pacientes.

Estrutura disponível

O Hospital Parque Belém conta com 90 leitos para internação de dependes químicos, sendo 60 para o SUS, dos quais 57 estão ocupados.

Três salas de cirurgia e nove leitos de recuperação estão disponíveis, sendo que o hospital é considerado referência em neurologia e neurocirurgia.

Com cerca de 60% de ocupação nos 50 leitos de internação clínica destinados ao SUS, uma ala inteira foi desativada e os funcionários foram redistribuídos em outros setores.

Dos 16 leitos de UTI destinados ao SUS, quatro estão vazios.

O hospital conta com 350 funcionários, a maioria médicos, enfermeiros e auxiliares.