A Secretaria de Saúde de Porto Alegre decidiu suspender o encaminhamento de pacientes ao Hospital Parque Belém, na Zona Sul, a partir desta segunda-feira. A medida será mantida até a análise dos relatórios da Vigilância em Saúde, que realizou uma vistoria na UTI do hospital e na área de nutrição, para verificar as condições necessárias para a prestação do serviço.

Segundo a Rádio Gaúcha, o motivo da suspensão é a rejeição de internações por parte da instituição e a ausência de funcionários no último fim de semana por falta de pagamento. O hospital tem cerca de 70 leitos ociosos: são 40 com atendimento pelo SUS, mais uma ala com 30 vagas voltada para pacientes cirúrgicos, que está fechada.

MP deve chamar audiência sobre situação do Hospital Parque Belém

A superintendente-geral do Hospital Parque Belém, Cláudia Abreu, admite o atraso no pagamento dos funcionários, que estava previsto para a sexta-feira passada.

— Atrasou o salário, a redução é em decorrência do final de semana e tiveram algumas faltas, pela ausência do pagamento no quinto dia útil, que foi a sexta-feira — justificou.

A superintendente garante que os salários serão pagos ainda nesta semana.

Impasse hospital x prefeitura

A direção do Hospital Parque Belém reclama que a prefeitura não repassa os valores acordados em um plano operativo e a Secretaria da Saúde afirma que o hospital rejeita internações alegando falta de condições. Em todo o ano de 2014, a prefeitura repassou R$ 7,499 milhões ao hospital. A expectativa da instituição era de alcançar o valor máximo previsto no contrato, que era de R$ 2,2 milhões por mês.

Estrutura disponível

O Hospital Parque Belém conta com 90 leitos para internação de dependes químicos, sendo 60 para o SUS, dos quais 57 estão ocupados.

Três salas de cirurgia e nove leitos de recuperação estão disponíveis, sendo que o hospital é considerado referência em neurologia e neurocirurgia.

Com cerca de 60% de ocupação nos 50 leitos de internação clínica destinados ao SUS, uma ala inteira foi desativada e os funcionários foram redistribuídos em outros setores.

Dos 16 leitos de UTI destinados ao SUS, quatro estão vazios.

O hospital conta com 350 funcionários, a maioria médicos, enfermeiros e auxiliares.