O consumo regular de refrigerante e sucos artificiais (em cinco ou mais dias da semana) faz parte da rotina diária de 23,4% dos brasileiros, segundo a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) divulgada na última quarta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento foi realizado em cerca de 80 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o País, no segundo semestre de 2013, e foi feito por meio de um questionário.

O estudo também mostrou que o hábito é mais frequente entre os homens (26,6%) do que entre as mulheres (20,5%).

Na comparação por região, a menor proporção foi de 16,8% no Nordeste, enquanto as maiores taxas foram obtidas nas regiões Sudeste (26,8%) e Centro-Oeste (27,7%), onde o consumo entre os homens ultrapassou 30%.

Além do refrigerante, outro hábito não saudável apontado pela pesquisa é que 37,2% das pessoas assumiram comer carne ou frango com excesso de gordura, sendo o maior consumo entre os homens (47,2%), especialmente os mais jovens e os menos escolarizados. A região Centro-Oeste foi a campeã do mau hábito (45,7%), enquanto o Nordeste apresentou o menor índice (29,7%).

O leite integral — mais gordurosa do que as versões semidesnatado e desnatado — faz parte do dia a dia de 60,6% dos brasileiros, sendo a região Nordeste com o menor percentual de consumo (58,3%).

O consumo regular de alimentos doces, como bolos, tortas, chocolates, balas, biscoitos ou bolachas doces em cinco dias ou mais na semana foi apontado por 21,7% dos brasileiros, sendo o índice ligeiramente superior entre as mulheres (22,4%) do que os homens (20,9%).

Já na avaliação de 14,2% das pessoas, o próprio consumo de sal é alto ou muito alto. O percentual de mulheres (12,5%) foi menor do que entre os homens (16,1%). O consumo excessivo do sal está relacionado ao aumento no risco de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e renais, entre outras.

Prática de atividade física

No Brasil, 27,1% dos homens com 18 anos ou mais praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto para as mulheres este percentual ainda foi de 18,4%.

A proporção de adultos que praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer variou de 21,5% na região Sul a 24,1% na região Centro-Oeste. A região Norte foi onde a menor proporção de mulheres e a maior proporção de homens praticavam exercício físico no lazer, 15,4% e 29,3%, respectivamente.

O nível recomendado de atividade física no lazer é de, pelo menos, 150 minutos semanais de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos, 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa.

Alguns exemplos de atividades físicas de intensidade leve ou moderada são: caminhada, musculação, hidroginástica, dança e ginástica em geral. Como exemplos de atividades físicas de intensidade vigorosa há a corrida, os esportes coletivos no geral, ginástica aeróbica, entre outras atividades que aumentem a frequência cardíaca muito além dos níveis de repouso.

O percentual de adultos que praticavam o nível recomendado de atividade física no tempo livre tendeu a diminuir com o aumento da idade. No grupo de 18 a 24 anos, 35,3% praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto entre os adultos de 25 a 39 anos a taxa cai para 25,5%. Na faixa de 40 a 59 anos este percentual foi de 18,3% e no grupo de 60 anos ou mais 13,6%. A prática recomendada de atividade física no tempo livre cresceu com o nível de instrução.

Sobre a PNS

A elaboração da PNS foi fundamentada em três eixos principais: o desempenho do sistema nacional de saúde; as condições de saúde da população brasileira; a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis e fatores de risco associados.