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Uma fábrica contra a gripe
 
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31/08/2009

Uma fábrica contra a gripe

A Novartis investirá US$ 500 milhões em uma unidade produtiva no Brasil. Nela, fabricará até a vacina contra a Influenza A

"Distribuímos cerca de cinco milhões de vacinas por ano. Nenhum remédio comercial é vendido para tantas pessoas assim"
Andrin Oswald, da Novartis vacinas

US$ 979 milhões foi o valor da encomenda de vacinas contra o H1N1, feita pelos EUA

A suíça Novartis é o único laboratório no mundo a ter uma vacina contra a Influenza A, a gripe suína, que já vitimou mais de 1,8 mil pessoas no mundo. A companhia espera apenas a aprovação do produto por agências europeias para começar a distribuí-lo.

Agora, a Novartis enfrenta um novo desafio: atender a enorme demanda pelo medicamento. "Nossa capacidade de produção é menor do que o volume de pedidos", diz Andrin Oswald, executivo- chefe da Novartis Vacinas em entrevista à DINHEIRO, dias antes de embarcar para o Brasil. "Esse desequilíbrio deve ser sanado no ano que vem, à medida que o ritmo de nossas fábricas aumenta."

A vacina contra a Influenza será produzida nas unidades europeias da empresa, instaladas no Reino Unido, na Alemanha e na Itália. Com a chegada do inverno no Hemisfério Norte, a partir de dezembro, um número maior de linhas de produção da empresa será alocado para a produção da vacina contra o vírus H1N1.

Quem ganha com isso é o Brasil, um dos principais destinos do plano de investimento da farmacêutica suíça. E este é o motivo do desembarque do alto comando da empresa por aqui. Oswald e seu pessoal têm como objetivo selar um acordo de transferência de tecnologia, firmado com o governo de Minas Gerais, e lançar a pedra fundamental de uma fábrica de vacinas em Pernambuco.

Essa planta consumirá investimentos de US$ 500 milhões, ficará pronta em 2013 e terá capacidade para produzir todas as vacinas desenvolvidas pela Novartis, inclusive a que previne contra a gripe suína. "Queremos estar presentes junto aos pacientes e às pessoas que precisam de vacinas. A demanda na América Latina é cada vez maior", diz Oswald. "O Brasil foi escolhido por ser a mais importante economia da região e, como somos muito fortes no País, para nós era natural construir uma fábrica por aqui." Uma vez concluída a unidade, ela abastecerá principalmente o mercado brasileiro, mas também será integrada à rede da Novartis.

Dessa forma, boa parte da produção local será destinada à exportação. "Certamente também temos a intenção de realizar pesquisa e desenvolvimento de vacinas no Brasil, inclusive para doenças tropicais, como malária", afirma Oswald. O executivo revela que, atualmente, a unidade que comanda representa uma fatia ainda pequena das vendas totais da Novartis. Com receita anual de US$ 1,7 bilhão, a divisão de vacinas representa pouco mais de 4% dos US$ 40 bilhões de faturamento do grupo.

"Ainda assim, em volume nossa participação é muito mais significativa", diz o ele. "Distribuímos cerca de 5 milhões de vacinas por ano. Nenhum remédio convencional é vendido para tantas pessoas assim." Oswald reconhece que atualmente medicamentos curativos são mais lucrativos que vacinas. Isso, porém, está mudando. "Nos últimos tempos, as vacinas se tornaram mais atraentes do ponto de vista comercial.

Não acredito que superem os remédios, mas vão gerar mais receitas e margens melhores. Os agentes de saúde se conscientizaram de que é mais barato prevenir, o que eleva a demanda por vacinas", diz Oswald. Enquanto a fábrica de Pernambuco não fica pronta, porém, a Novartis espera fortalecer sua presença no mercado brasileiro através de parcerias com outros laboratórios para a produção de suas vacinas.

No acordo com o governo de Minas Gerais, o laboratório se prontificou a transferir a tecnologia para produção de vacinas contra a meningite à Fundação Ezequiel Dias (Funed). Para o governo mineiro, essa parceria custará, de imediato, US$ 56 milhões. Desse total, US$ 40 milhões representam o pagamento inicial pela tecnologia.

Os outros US$ 16 milhões serão investidos na ampliação da fábrica de soros da Funed, que produzirá a vacina desenvolvida pela Novartis. Segundo o presidente da entidade, Carlos Alberto Pereira Gomes, em cinco anos, o laboratório suíço pode ganhar entre US$ 80 milhões e US$ 250 milhões com a parceria.

Para o governo mineiro, diz Gomes, a recuperação do investimento será bem rápida, já que não será necessário adquirir vacinas de terceiros. Há ainda a perspectiva de a vacina ser incluída no Plano Nacional de Imunização do governo federal. Mesmo que não seja, ela pode despertar o interesse de outros governos estaduais, diz Gomes. "O mais importante, porém, é que com essa plataforma pronta aqui no Brasil, poderemos produzir outras vacinas, como a da gripe suína", conclui


Autor: José Sergio Osse
Fonte: Revista Isto É

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