
As oito maternidades estaduais do Rio de Janeiro adotaram o teste da linguinha como procedimento obrigatório. A medida passou a valer este mês, quando o exame foi incluído nos protocolos de atendimento. O teste é importante para prevenir problemas durante a amamentação do bebê e no desenvolvimento da fala.
Para isso, as maternidades contrataram fonoaudiólogos, que poderão detectar, entre outras coisas, a chamada língua presa. Antes, o exame era feito pela equipe de saúde não especializada em problemas da fala.
“Agora, além do pediatra que faz o exame nos primeiros minutos de vida do bebê, teremos uma equipe específica, com fonoaudióloga para acompanhar”, disse o coordenador de Pediatrias e Maternidades do estado, Jorge Calás. Ele explicou que o procedimento foi adotado para cumprir a lei que tornou o exame obrigatório em todas os hospitais do país.
O teste da linguinha é feito em poucos minutos e é indolor, explica Renata Martinelli, da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. O profissional examina a língua e a boca do bebê observando alterações na membrana que liga a língua ao assoalho da boca.
Antes da lei, lembra a fonoaudióloga, apesar do exame ser feito em alguns hospitais, não era rotina.
No caso dos recém-nascidos, o teste evita o desmame precoce, já que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o leite de peito até os 6 meses de idade. “O problema é que as mães não achavam que o problema era no bebê, mas no leite delas, que seria fraco, e acabavam substituindo com complementos, o que não é bom”, disse Renata.
Segundo a fonoaudióloga, estudos mostram que crianças com língua presa sofrem com bullying, o que afeta a autoestima e pode diminuir o desempenho escolar. Na fase adulta, segundo Renata, pessoas com língua presa têm dificuldade de ascensão profissional por causa da timidez.
Se o teste detectar alguma inconformidade, o recém-nascido é encaminhado para um cirurgião dentista que corrigirá o problema por meio de um procedimento cirúrgico simples.