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Em locais de cuidados primários, o quadro de depressão é comumente subdiagnosticado
 
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01/09/2009

Em locais de cuidados primários, o quadro de depressão é comumente subdiagnosticado

Generalistas identificaram corretamente o quadro de depressão em 47,3% dos casos

Médicos no atendimento primário em todo o mundo relatam dificuldade no diagnóstico diferencial da depressão com um grande número de erros de diagnóstico de acordo com uma nova metaanálise publicada no Lancet online. Esta revisão com mais de 50000 pacientes relatada por Alex J. Mitchell, MRCPsych, do Leicestershire Partnership Trust, Leicester General Hospital, do Reino Unido, demonstrou que generalistas identificaram corretamente o quadro de depressão em 47,3% dos casos.

De acordo com os pesquisadores, estes achados sugerem que para cada 100 casos não selecionados vistos no cuidado primário, há mais falsos positivos do que casos identificados ou não identificados.

O curioso, afirma Dr. Mitchell, é que se os médicos tentam buscar o diagnóstico de depressão, a taxa de falsos positivos supera a de falsos negativos em pelo menos 50%.

Os pesquisadores relataram que os médicos do atendimento primário em 41 trabalhos identificaram metade dos pacientes com depressão clínica e que sua acurácia dependia em parte da origem de seu treinamento.

O médico típico em prática urbana é capaz de encontrar 20 casos verdadeiros de depressão em 100 pacientes. Ele diagnostica 10 casos corretamente, não diagnostica outros 10 e diagnostica erradamente 15 casos com uma taxa de falsos positivos de 20%.

O médico de prática rural, encontra 10 casos verdadeiros em 100 pacientes, diagnostica 5 corretamente, e diagnostica erradamente 17 pacientes sem depressão com uma taxa de falso positivo de 17%.

A acurácia variou entre os países havendo diferenças entre EUA e Reino Unido que apresentaram mais dificuldades quando comparados a Holanda e Itália sendo os médicos ingleses os com a maior quantidade de diagnósticos falso positivos.

O Dr. Mitchell explica que os dois tipos de erros são problemáticos já que no caso de diagnósticos falso negativos, sem seguimento, teremos casos de subtratamento e em caso de diagnósticos falso positivos teremos tratamentos fúteis, embora ele enfatize que isto pode ser corrigido com informação e mente aberta por parte do médico.

Os autores enfatizam que estes resultados não devem ser interpretados como críticas aos médicos que falharam no diagnóstico, mas uma chamada à melhor compreensão das dificuldades do generalista de atendimento primário, lembrando inclusive que nenhum trabalho demonstrou uma pior desempenho neste grupo de médicos comparado aos seus colegas.

O autor sugere um modelo colaborativo entre colegas com reavaliações seriadas para a diminuição de erros diagnósticos. Outro dado interessante segundo o autor é que as taxas de tratamento são muito baixas sendo o uso de medicação utilizado em 30% a 50% dos pacientes positivos com outros 20% a 40% recebendo psicoterapia. Somente 10% foram referenciados para um especialista em psicoterapia.

Prof. Peter Tyrer, do Imperial College London em um editorial argumenta que se o diagnóstico de depressão é difícil para psiquiatras, não seria pior para o atendimento primário?

Dr. Allen Dietrich, médico de família em Hanover, New Hampshire argumenta ser necessário melhor aconselhamento e melhores medicações, e mais cooperação entre o médico do atendimento primário e o psiquiatra.


Autor: Janis Kelly
Fonte: MedCenter MedScape

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