Mães obesas têm filhos que são suscetíveis de também herdarem tal fenótipo, dizem os cientistias. Contudo, recente estudo conclui que a perda de peso da mãe, por meio de cirurgia, pode interromper o ciclo familiar da obesidade. Tal fato decorre da constatação, por parte dos pesquisadores, de que grávidasque haviam feito cirurgia para perda de peso tiveram filhos mais magros quando comparados aos irmãos que nasceram antes da cirurgia.

Os resultados do estudo mostram a importância do ambiente intrauterino e serão publicados no mês de novembro, no importante Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Os riscos da obesidade incluem o aumento de chances de desenvolvimento de doença cardiovascular, resistência à insulina, entre outros.

Estudos anteriores, realizados com gestantes obesas, mostraram que a obesidade e seus problemas relacionados podem ser passados para filhos, o que indica que o ambiente intrauterino pode determinar se uma criança está mais propensa a ser obesa do que outras.

"Nosso estudo corrobora resultados de pesquisas anteriores, que mostraram que o ambiente intrauterino pode ser mais importante do que os genes e do que o próprio ambiente pós-natal, quando se analisa a associação entre obesidade materna e obesidade infantil", afirma o co-autor do estudo, Dr. John Kral, da Universidade Estadual de Nova York.

Dr. Kral comenta que esse novo estudo observou mulheres que se submeteram a um processo de perda de peso, por meio cirúrgico. O procedimento altera a digestão, tornando o estômago menor e reduzindo a absorção de calorias. Todas as mães incluídas no estudo tiveram filhos antes e depois da sua perda de peso cirurgia.

Os pesquisadores descobriram que crianças nascidas após a perda de peso da mãe, apresentaram menor peso ao nascer e reduzida circunferência da cintura, sendo três vezes menos propensar a se tornarem obesas, se comparadas aos irmãos mais velhos. Os irmãos mais novos também apresentaram melhores marcadores cardiovasculares, incluindo os testes de resistência à insulina e níveis de colesterol.

"Qualquer tratamento médico ou cirúrgico para reduzir a obesidade e doenças metabólicas existentes antes da gravidez pode ser um investimento na vida dos futuros descendentes", conclui Kral.