
A Polícia Militar de São Paulo estimou em 250 o número de pessoas que participaram na última terça-feira (7) da Caminhada Cívica em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), coordenada pela Frente Democrática,. A marcha teve início por volta das 10h. Apoiado pela Associação Paulista de Medicina e outras entidades médicas e civis, o movimento tem o objetivo de protestar contra a precariedade do SUS , além de marcar a passagem do Dia Mundial da Saúde.
Os manifestantes deixaram a Rua Francisca Michelina, na Bela Vista, rumo à Praça da Sé, causando interdição no trânsito da Rua Maria Paula com reflexos nas vias próximas à Avenida Brigadeiro Luiz Antônio e no acesso ao bairro da Liberdade e à Avenida 23 de Maio. Por volta do meio-dia, eles pretendem dar um abraço simbólico na Catedral da Sé e soltar 3 mil balões com a inscrição SOS SUS, encerrando o ato, com um minuto de silêncio. Entre os participantes estão líderes de categorias como médicos, dentistas e enfermeiros, além de políticos, sindicalistas, profissionais da área de higiene pública e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“A qualidade no atendimento do SUS é muito pobre diante das necessidades da população, e o grande responsável é a falta de financiamento à saúde”, defendeu o presidente da Associação Paulista de Medicina, Florisval Meinão. Ele destacou que, após a Constituição de 1988, a população, antes alijada do atendimento integral, passou a contar com a assistência médica. "No entanto, ao longo do tempo, têm crescido o problema de salas de emergência lotadas e as dificuldades cada vez maiores para quem necessita agendar consultas, marcar cirurgias, exames e outros procedimentos", completou.
Segundo ele, o Brasil está aquém de outros países em condições econômicas semelhantes e onde o acesso a saúde é universal, pois investe no setor apenas aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas geradas pelo país), enquanto nas demais nações esse percentual fica entre 8% e 10%. “Esta é a principal causa da baixa qualidade no atendimento.”
Meirão criticou a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 29, de 2000, que definiu o aporte escalonado de 15% da Receita Corrente Líquida da União em Saúde a começar pelo percentual de 13,2%, neste ano, 13,7%, em 2016; 14,1%, em 2017; 14,5%, em 2018, até atingir os 15%, em 2019. Para ele, a medida, na prática, significa uma redução de R$ 50 bilhões no montante atual aplicado.