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Pesquisadores buscam fármacos para a cura da leishmaniose
 
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13/04/2015

Pesquisadores buscam fármacos para a cura da leishmaniose

Doença antes era identificada como uma enfermidade de meio rural, mas está em expansão no interior de São Paulo

Uma parceria do Instituto de Física (IF) da USP e o Instituto Adolfo Lutz busca propriedades em fármacos, já existente no mercado, que permitam um novo tratamento para a leishmaniose visceral. O Brasil registra, por ano, quatro mil casos de leishmaniose visceral e 22 mil casos de leishmaniose cutânea. A leishmaniose é uma doença registrada em 98 países.

Ela está na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) como “doença negligenciada”, juntamente com outras conhecidas, principalmente, nos países em desenvolvimento: malária, dengue, doença de Chagas, esquistossomose, tuberculose, hanseníase, entre outras. As doenças negligenciadas são aquelas que não recebem nenhuma atenção da indústria farmacêutica ou do setor privado, no sentido do desenvolvimento de pesquisas para vacinas e para novos medicamentos.

“Estamos trabalhando juntos há mais ou menos um ano, testando drogas que já foram aprovadas para outros fins para ver se serviriam também para tratar a leishmaniose”, diz o professor Leandro Barbosa, do IF. Atualmente, o grupo trabalha com a nitazoxanida, usada para tratar parasitas intestinais e rotavírus.
A prática, conhecida como reposicionamento de fármacos (usar um medicamento já existente no tratamento de uma doença para o qual ele não foi criado), depende da análise físico-química das nanoformulações em que os fármacos testados são transformados.

“Nós encapsulamos o fármaco em lipossomos, membranas constituídas de uma ou mais camadas de lipídeos, e que servem como carregadoras dessas substâncias. Essas formulações têm de ser analisadas para que saibamos como o fármaco interage com os lipídeos que compõem o lipossomo”, explica o pesquisador André Tempone, do Instituto Adolfo Lutz. “É aí que entra o Instituto de Física”.

Organização das moléculas

Barbosa, responsável pela caracterização das nanopartículas no IF, diz que a ideia é caracterizar a organização das moléculas da solução. “O que fazemos aqui no Instituto de Física e também no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, LNLS, em Campinas, é uma caracterização estrutural dos lipossomos na ausência e na presença do fármaco. Assim podemos, de alguma forma, dizer como é a interação do fármaco com os lipossomos.

A importância de se usar lipossomos no transporte de drogas está nas diferentes características deste sistema. Ele pode, por exemplo, ser utilizado para o transporte de drogas hidrofílicas (com alta afinidade com a água) e também de drogas hidrofóbicas (com baixa afinidade com a água). Em alguns casos, por exemplo, a utilização de carreadores no transporte das drogas pode evitar ou diminuir a agregação delas. É bom lembrar que na grande maioria dos casos, em sua forma agregada, os fármacos perdem boa parte de sua funcionalidade”, explica o físico.

Há duas formas da leishmaniose: a tegumentar (ou cutânea) e a visceral. A tegumentar provoca úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas. Já a leishmaniose visceral ataca os órgãos internos e é fatal em 100% dos casos não tratados. Ambas são transmitidas pelo mosquito-palha (Lutzomyia spp.) que, ao picar, introduz o protozoário Leishmania na circulação do hospedeiro.

A doença antes era identificada como uma enfermidade de meio rural. Mas está em expansão no interior de SP e, segundo Tempone, caminha rapidamente para a capital do Estado. Uma das explicações é o aumento da população canina, tanto na capital quanto no interior, pois o cão é o principal vetor da doença. O mosquito pica o cão infectado e depois pica o ser humano. Como não há cura para a doença, quando ela ataca o cão, a solução é o sacrifício do animal. “O problema é que as pessoas não entendem isso e não querem, evidentemente, sacrificar seus cães”, diz Tempone.

A nitazoxanida já está em fase de avaliação em modelos pré-clínicos com animais de experimentação, mas os testes com o fármaco vão prosseguir por, pelo menos, três anos. “Temos resultados interessantes com a droga na forma lipossomal, ou seja: já sabemos que, encapsulada, ela tem mais efetividade do que livre”, adianta Tempone. 


Autor: Redação
Fonte: Agência USP

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