
O excesso de peso aumentou entre os brasileiros e continua a afetar mais da metade da população adulta. O índice de pessoas com sobrepeso chegou a 52,5% no país em 2014, subindo em relação aos 50,8% verificados no ano anterior. Os dados fazem parte da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), apresentada nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde.
Fator de risco para doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, o excesso de peso atinge principalmente os homens: 56,5% deles têm índice de massa corporal (IMC) acima de 25, índice que chega a 48% entre as mulheres.
— Há um salto importante no sobrepeso e na obesidade, principalmente entre os jovens, o que nos preocupa. O combate ao sedentarismo deve ser intensificado no Brasil — afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
A pesquisa, porém, também apresentou boas novas: a prática de atividades físicas e o consumo regular de frutas e verduras aumentaram entre os brasileiros. E a obesidade, apesar de ter crescido desde que o levantamento passou a ser feito — chegando a 17,9% em 2014 —, estabilizou nos últimos três anos.
— Estamos vivendo uma transição nutricional, em função de hábitos alimentares inadequados como muito consumo de gordura e açúcar, além de fast food. Isso acarreta no problema do excesso de peso e obesidade — avalia Déborah Malta, diretora de vigilância de agravos e doenças não-transmissíveis do Ministério da Saúde.
Se, por um lado, quase 25% da população consome a quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de frutas e hortaliças, por outro, a média nacional de consumo de sódio é bem maior que a indicada: o brasileiro ingere, em média, 12 gramas de sódio, enquanto o recomendado é de 5 gramas por dia. Conforme o Ministério da Saúde, o alto consumo de sal é um dos principais responsáveis por esse índice.