O governo anunciou, nesta quinta-feira, o pagamento de R$ 59,5 milhões aos hospitais públicos e filantrópicos. Na quarta-feira, o repasse foi de R$ 70,1 milhões. Porém, a verba não faz parte do valor atrasado, cobrado pelas instituições.

De acordo com o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Francisco Ferrer, o dinheiro recebido esta semana compõe repasses regulares que nada têm a ver com valor reivindicado pelas instituições. Por isso, a situação dos hospitais filantrópicos continua a mesma. O valor entregue nesta semana é oriundo do Ministério da Saúde, segundo Ferrer.

A verba recebida nesta quinta-feira cobre projetos de atendimento de gestantes, mãe canguru, tratamento conta dependência de álcool e drogas e de psiquiatria em hospitais gerais, atenção secundária e terciária, transplantes e urgência e emergência.

Na quarta-feira foi efetuado o pagamento de R$ 93 milhões, também a hospitais filantrópicos e públicos, além de prefeituras municipais que desenvolvem programas vinculados ao SUS. Os hospitais receberam um total de R$ 70,1 milhões, referente à produção de serviços (internações hospitalares e atendimento ambulatorial).

Do valor integral da média e alta complexidade, o Ministério da Saúde enviou R$ 56,1 milhões e o Estado complementou com recursos do Tesouro os R$ 14 milhões restantes. Já as prefeituras municipais receberam um total de R$ 22,9 milhões, valores que foram transferidos aos Fundos Municipais de Saúde.

Negociação começa na próxima semana

Entre segunda e terça-feira o governo do estado deve realizar uma reunião para debater a situação dos hospitais filantrópicos e santas casas. O presidente da Federação, Francisco Ferrer, afirma que ainda não há expectativa para o pagamento do valor devido às instituições, mas que agora o estado se mostra, pela primeira vez, disposto a abrir o diálogo sobre o assunto.

Os hospitais filantrópicos e santas casas gaúchos pedem a retomada do repasse do Incentivo de Cofinanciamento da Assistência Hospitalar (IHOSP), criado pelo estado em 2008 para complementar o orçamento das instituições, reduzindo o impacto da defasagem da Tabela SUS. O valor entregue pelo estado passou de R$ 13 milhões para R$ 250 milhões no ano passado. R$ 300 milhões foram previstos no orçamento 2015, cancelados posteriormente. Até agora os hospitais não receberam o valor referente a outubro e novembro de 2014.