Um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, alertou para novo risco que a gordura trans pode trazer à saúde: o consumo excessivo pode piorar as funções da memória, dizem os pesquisadores. Os resultados, publicados na PLOS ONE na última terça-feira, ressaltam que a associação foi mais perceptível em homens de até 45 anos.
Os responsáveis pela pesquisa avaliaram dados de mais de mil homens e mulheres que responderam um questionário sobre a rotina alimentar. Os indivíduos também foram submetidos a testes de memória, nos quais tiveram de relembrar palavras vistas anteriormente. De todos os grupos avaliados, os homens de até 45 anos foram os mais afetados: em média, eles recordaram 86 palavras, mas para cada grama adicional de gorduras trans consumida diariamente, o desempenho caiu para 12 palavras a menos lembradas.
De acordo com Beatrice Golomb, principal autora do estudo, o consumo de gordura trans já havia sido associado a outros pilares da função cerebral, como o comportamento e o humor. No entanto, a especialista afirma que esse é o primeiro estudo que relaciona a gordura trans com a memória.
— Assim como a gordura trans aumenta a vida útil dos alimentos, ela reduz o tempo de vida das pessoas — alerta Beatrice.
No início desta semana, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA já havia emitido um comunicado, com base em pesquisas anteriores, que ordenou a retirada de alimentos com gordura trans do mercado americano até 2018. Com essa medida, a FDA espera que seja possível reduzir doenças coronarianas e prevenir infartos, já que a gordura trans - resultado de um processo de hidrogenação - é considerada insegura para a alimentação humana.