O Hospital de Caridade de Carazinho anunciou nesta segunda-feira que vai desativar a unidade de urgência e emergência e cancelar os serviços prestados pelo SUS a partir de 1º de julho. A instituição realiza cerca de 6 mil atendimentos por mês, de baixa, média e alta complexidade e é referência para oito municípios da região Noroeste do Estado. As informações são da Rádio Gaúcha.

De acordo com o administrador do hospital, Felipe Sohne, o motivo é a decisão da prefeitura de Carazinho de rescindir o contrato com o hospital, que venceria em 30 de junho, mas que seria prorrogado por mais seis meses, conforme negociação feita com intermediação do Ministério Público. Hoje, o hospital recebe cerca de R$ 1,6 milhão mensais pelo SUS. De acordo com o administrador, a proposta da prefeitura é reduzir os repasses para R$ 245 mil por mês.

— Se não houver resolução, por exemplo, até o dia dez de julho, isso é uma hipótese, o hospital vai manter os pacientes que estão internados, vai continuar prestando serviço. Mas todo o restante dos atendimentos serão suspensos.

O secretária Municipal de Saúde de Carazinho, João Ricardo Hartmann, rebate a crítica. Segundo ele, a proposta da prefeitura é reduzir em cerca de R$ 100 mil mensais o valor dos repasses, que ainda seriam mantidos em cerca de R$ 1,5 milhão por mês. Conforme o secretário, o corte se deve às dificuldades financeiras do município e à redução nos repasses do governo federal e estadual. Hartmann afirmou que a prefeitura já foi notificada da decisão do hospital e que recebeu o anúncio com surpresa.

— Recebeu com bastante espanto, porque dentro de um contrato de R$ 1,6 milhão, um valor cerca de R$ 100 mil menor não seria para tanto, seria para sentar e negociar.

Na próxima quarta-feira, o Ministério Público realiza uma audiência em Carazinho para mediar o conflito e tentar reverter a decisão de suspensão de atendimentos pelo SUS.