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Depressão na gravidez pode trazer problema ao bebê
 
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07/09/2009

Depressão na gravidez pode trazer problema ao bebê

As mulheres deprimidas podem adotar condutas prejudiciais à gestação

Quando o assunto é depressão, boa parte das futuras mamães já ouviu falar sobre a do pós-parto. Mas poucas sabem que há o risco de se manifestar também durante a gravidez, trazendo prejuízos para as mulheres, os bebês e até mesmo ao parto. E isso não é raro. De acordo com uma pesquisa realizada por profissionais da Universidade de São Paulo (USP), 20% das 831 gestantes brasileiras analisadas entre o 5º e o 7º mês, atendidas nas Unidades Básicas de Saúde da região Oeste de São Paulo, apresentaram sintomas de depressão ou ansiedade.

O ginecologista e obstetra Alexandre Faisal, um dos autores do estudo (publicado recentemente no periódico Archives of Women's Mental Health), esclarece que os dois problemas costumam incomodar juntos. "Eventualmente, pode ter um dos dois, mas oferecem os mesmos tipos de risco."

As mulheres deprimidas, além de encontrarem dificuldade para dormir e relacionar-se, por exemplo, podem adotar condutas prejudiciais à gestação. Entre elas, estão abandonar o pré-natal, fumar, ingerir bebidas alcoólicas e deixar de tomar as vitaminas recomendadas pelo médico. Alguns trabalhos científicos indicam o aumento das chances de pressão alta na gravidez, como lembra Faisal. Há ainda o risco de continuarem deprimidas no pós-parto.

As crianças são afetadas pela maior possibilidade de nascerem pré-maturas e, portanto, abaixo do peso e tamanho esperados. "No caso do parto, aumenta a chance de ter cesárea, de o trabalho de parto ser mais prolongado e de haver necessidade de mais anestésico", disse o ginecologista.

Sintomas

Mas, afinal, como saber se a depressão a atingiu? Os principais indícios são sentir-se triste e desanimada, perder o prazer que tinha ao executar determinadas atividades, apresentar alterações no sono, apetite e concentração. Se perceber a presença de um desses detalhes por poucos dias, calma, não quer dizer que está com a neurose. O ginecologista ressalta que os sintomas precisam durar mais de 15 dias e não estar relacionados a algum acontecimento ruim, como à morte de um parente.

As causas são variadas. "Em muitos casos, a mulher conta com histórico de depressão antes e continua na gravidez. E muitos outros casos são novos. Embora tentem explicar o surgimento do ponto de vista biológico, a tendência é aceitar a maior ligação com o psicológico e o social." Sendo assim, os motivos vão de história de abuso sexual, vínculo ruim com os pais, problemas no relacionamento conjugal e gravidez não planejada a dificuldades financeiras, desemprego.

Tratamento

O tratamento deve começar o mais cedo possível e consiste em terapia ou medicamentos antidepressivos. "Há trabalhos que apontam riscos de tomar esses remédios na gravidez e, por isso, as mulheres preferem não usá-los com medo de má formação fetal. Mas há a tendência de apoiar o uso, ponderando riscos e benefícios."

O ginecologista lembra da importância de fazer um trabalho preventivo com quem se enquadra no grupo de risco por meio de terapia.

Pós-parto

A médica Kátia Zacchello, 44 anos, teve o primeiro filho em 1992, depois de passar quase dois meses internada com sangramento. Logo na semana seguinte ao parto, começou a apresentar sintomas de depressão. "Estava mais sensível, chorava, entrava em desespero, achava que não ia dar conta do recado. Ficar internada me deixou mais apreensiva e isso colaborou com a minha depressão no pós-parto."

O seu ex-marido notou a mudança no seu comportamento e a incentivou a procurar uma terapia. Em seis meses, já se sentia bem melhor, mas o problema sumiu por completo no prazo de um ano. Não precisou de medicamentos.

A depressão no pós-parto prejudica tanto a mãe quanto o bebê, por isso é fundamental buscar um tratamento. O primeiro risco, mais raro, é o de a mulher chegar a matar a criança. Os mais comuns, por sua vez, são dificuldade para amamentar e cuidar dos pequenos.

Como as mulheres com o quadro não costumam procurar ajuda, as pessoas próximas devem comentar o assunto com o médico. "Quase 40% das mulheres com depressão pós-parto podem ainda ficar deprimidas por um ano ou mais. Sem tratamento, o risco é maior", alerta o médico Faisal, que agora estuda a influência da depressão durante a gravidez na hora do parto e após ele.  


Autor: Patricia Zwipp
Fonte: Terra - Saúde

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