A Polícia Federal (PF) identificou mais uma vítima de um homem de 32 anos que é suspeito de se passar por médico e fazer exames ginecológicos no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Com isso, o número de vítimas sobe para seis. Cinco delas estavam grávidas e uma é portadora da esclerose múltipla. As informações são da Rádio Gaúcha.

Na terça-feira, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do suspeito e no Husm. Foram apreendidas duas câmeras fotográficas e um aparelho ginecológico, usado para exame especular, na residência. A suspeita da polícia é que o servidor pode ter feito fotografias na hora dos exames, pois as vítimas eram examinadas de lado e de costas. Arquivos de computador também foram obtidos.

Inicialmente, cinco mulheres foram identificadas como vítimas do crime de violação sexual mediante fraude: o assistente de laboratório fingia ser médico para fazer os exames nas pacientes. Os casos aconteceram entre 17 e 19 de junho.

A última vítima identificada anda não foi ouvida, pois não pode prestar depoimento, já que está grávida, e a gestação é de risco. Sendo assim, ela não pode ser submetida a nenhum tipo de estresse. A PF chegou até ela, pois foi feito um registro policial denunciando o servidor, o que aconteceu depois da divulgação do caso das outras cinco vítimas.

O delegado Diogo Caneda ainda aguarda o deferimento de um pedido de quebra de sigilo médico feito à Justiça para ter acesso aos prontuários das pacientes. Se não houver nenhum suspeito após a análise dos prontuários, o próximo a ser ouvido deve ser o investigado. Após ser detido no último sábado, ele foi questionado, mas permaneceu em silêncio.

A PF fez um pedido de prisão preventiva, porém a Justiça negou. A 2ª Vara Federal de Santa Maria apontou que não é necessária a prisão preventiva, pois o suspeito estava impedido de ingressar no Husm, e, agora, também não poderá entrar no campus da universidade. Além disso, o servidor tem de se apresentar semanalmente à Justiça e comprovar sua residência na cidade. Ele também responde a um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) e pode ser exonerado do cargo.

O advogado que faz a defesa do suspeito, Leonardo Santiago, conta que ele está em tratamento psiquiátrico.

O caso

No último dia 20, a Brigada Militar (BM) deteve o suspeito. Segundo o delegado Caneda, servidores do hospital identificaram nas imagens das câmeras de segurança condutas suspeitas do servidor. Eles procuraram a paciente, que relatou que o suspeito a teria levado para uma sala e a submetido a um suposto exame ginecológico.