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Pesquisadores levantam hipótese de transmissão de Alzheimer
 
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10/09/2015

Pesquisadores levantam hipótese de transmissão de Alzheimer

No entanto, estudo afirma que não há provas de que seja possível a transmissão direta de contágio de homem a homem

Uma descoberta feita em pessoas mortas pela doença de Creutzfeldt-Jakob (MCJ) lançou a hipótese de uma forma de transmissão por Alzheimer — é o que mostra uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela revista Nature.

Lesões cerebrais chamadas "angiopatia amiloide cerebral" (depósito de proteínas amiloides nos vasos, ndlr) que sinalizam geralmente o mal de Alzheimer, foram encontradas de maneira surpreendente na necropsia de pessoas mortas relativamente jovens (entre 36 e 51 anos) pela doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ).

As vítimas da DCJ não chegaram a apresentar em vida qualquer sintoma do mal de Alzheimer e também não mostravam na necropsia outro grande sinal da doença, o acúmulo da proteína Tau.

As oito pessoas estudadas foram contaminadas por príons anormais — agente patogênico da doença de Creutzfeldt-Jakob — após tratamentos para crescer sob forma de injeções de hormônio de crescimento retirados de hipófise humana contaminada, glândula situada no cérebro e coletada nos cadáveres.

O estudo, conduzido por um grupo de pesquisadores britânicos, sugere que o peptídeo beta-amiloide, que se acumula no cérebro das pessoas afetadas por Alzheimer, pode ser potencialmente transmitido por meio de certos procedimentos médicos.

— As misturas do hormônio de crescimento injetadas nestas pessoas, quando elas ainda eram crianças, não eram apenas contaminadas por príons, mas também por uma espécie de grão de peptídeos beta-amiloides — explicou um dos autores da pesquisa durante apresentação à imprensa.

No entanto, não há provas de que seja possível a transmissão direta de contágio de homem a homem tanto para a doença de Creutzfeldt-Jakob quanto para o Alzheimer. De acordo com pesquisadores, não há "razões para se preocupar".

— Esta observação vem confirmar um mecanismo de propagação para as "sementes" do peptídeo beta-amiloide já descrito em experiências com animais — explicou o especialista francês Philippe Amouyel, do Institut Pasteur Lille/Inserm.

De acordo com ele, a observação de transmissão ocorreu num contexto totalmente incomum pela injeção de substância extraída de cérebros humanos, o que hoje em dia não se faz mais. Nenhum elemento permite concluir que esta situação possa ocorrer em circunstâncias da vida cotidiana.

— Este estudo corre o risco de ser transformado em uma grande fonte de desinformação — alfinetou David Allsop, da Universidade de Lancaster, apontando que não se sabe se estas pessoas que teriam desenvolvido o mal de Alzheimer teriam vivido tempo suficiente.

Eric Karran, especialista da fundação britânica Alzheimer's Research, disse a descoberta foi feita com um pequeno número de pacientes e, por isso, merece mais investigação.

— Os principais fatores de risco para o Alzheimer são a idade, ao lado da carga genética e do modo de vida. Caso seja confirmada a relação entre uma contaminação antiga por tecidos e o mal de Alzheimer, isso só atingiria uma pequena proporção das pessoas contaminadas — explicou.


Autor: AFP
Fonte: Zero Hora

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