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Ausência de sintomas aumenta importância do diagnóstico precoce do câncer colorretal
 
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14/09/2015

Ausência de sintomas aumenta importância do diagnóstico precoce do câncer colorretal

Campanha setembro verde busca alertar a população para a prevenção da doença

Muita gente se arrepia só de ouvir falar. Há pessoas que sequer pronunciam o nome da doença. Mas fato é que o câncer já não é mais sinônimo de morte, principalmente quando detectado precocemente.

Um dos principais desafios da comunidade médica é criar a cultura da prevenção, objetivo que motiva as sociedades brasileira e gaúcha de Coloproctologia e a Associação Brasileira de Prevenção ao Câncer de Intestino a lançar, neste mês, uma campanha nacional de conscientização para a importância da investigação precoce do câncer colorretal.

A doença atinge o cólon e o reto, localizados no intestino grosso. Grande parte desses tumores se desenvolve a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do órgão. Quando a detecção é feita precocemente, as chances de cura chegam a 90%.

A incidência da doença é alta: o câncer colorretal é o terceiro tipo mais recorrente em homens no Rio Grande do Sul, ficando atrás dos tumores de próstata e de pulmão. Em mulheres, trata-se do segundo mais comum, perdendo apenas para o câncer de mama. Em Porto Alegre, os dados são ainda mais preocupantes: o câncer colorretal é o segundo em número de casos em ambos os gêneros.

O câncer de intestino pode ter diversas origens, incluindo mutações genéticas associadas a certos comportamentos. De acordo com Marlise Cerato Michaelsen, presidente da Associação Gaúcha de Coloproctologia e chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Ernesto Dornelles, o estilo de vida dos gaúchos ajuda a explicar a alta incidência da doença no Estado:

— Há excesso de consumo de carne vermelha e de gordura animal, o que pode acelerar o aparecimento desse câncer em pessoas predispostas. Além disso, nossa população está atingindo níveis altos de obesidade, e o excesso de peso também está associado ao câncer de intestino.

Porto Alegre ainda carrega outro título que contribui para o aumento da prevelência de câncer colorretal: somos a Capital com mais fumantes do país, e o cigarro é apontado como um acelerador do surgimento da doença. Com tantos fatores de risco, fazer exames preventivos torna-se ainda mais importante, principalmente para quem passou dos 50 anos. Se já houve casos de câncer de intestino na família, a idade recomendada é 40 anos.

— O câncer colorretal é assintomático na maioria dos casos, a investigação precoce é importante. Normalmente, quando os sintomas começam a se manifestar, é porque o tumor já está em estágio avançado — alerta Marlise.

O exame mais comum, explica a médica, é a colonoscopia. Dois dias antes, o paciente deve tomar medicamentos para limpar o intestino e se submeter a uma dieta restritiva. Na data da avaliação, ele recebe uma pequena sedação. Pelo endoscópio, o especialista consegue avaliar todo o intestino grosso. Dessa forma, é possível detectar a presença dos pólipos e, se for o caso, realizar a sua retirada antes que se tornem malignos. Além da colonoscopia, existem exames de fezes preventivos capazes de detectar a presença de sangue no intestino grosso, indicando a necessidade de uma melhor investigação.

Sergio Lago, chefe do Serviço de Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS, explica que o câncer colorretal tem caráter hereditário, o que faz com que pessoas com histórico familiar da doença tenham risco significativamente maior de sofrer com o problema. A prevenção, nesses casos, deve ser mais rigorosa. Ainda segundo Lago, o câncer colorretal é dividido em quatro estágios:

— Na fase quatro, quando a doença está mais avançada, geralmente o paciente apresenta metástase em outros órgãos, e é mais difícil conter a evolução da doença.

Entre os tratamentos mais comuns quando a doença é diagnosticada estão a cirurgia e a quimioterapia. A radioterapia é reservada, na maioria das vezes, para tumores do reto.

Depois dos 50 anos, faça a colonoscopia

Por insistência da gastroenterologista que a acompanhava no tratamento de uma gastrite, Maria Helena dos Santos Finato, 61 anos, resolveu se submeter a uma colonoscopia. Não havia qualquer sintoma, tratava-se apenas de uma recomendação em caráter preventivo. Cuidadosa com a alimentação e praticante de exercícios físicos, Maria Helena estava confiante de que nada seria descoberto, mas o laudo apontou a existência de um tumor no cólon.

— Li o resultado e pensei: vamos enfrentar. Em nenhum momento me revoltei. Estava na minha trajetória, eu tinha de passar por isso. Cuidei de fazer o que tinha de fazer — recorda a dona de casa.

Depois de uma cirurgia por videolaparoscopia e nove sessões de quimioterapia, ela não tem queixas. Faz consultas periódicas de revisão com a proctologista e o oncologista e sugere que ninguém se descuide da saúde:

— As pessoas não podem perder tempo. Chegou aos 50 anos, se puder, vá fazer a colonoscopia. Eu peguei a doença no começo, tive chances. Quem não faz, dependendo de quando descobrir o diagnóstico, não tem mais chances.

No caso da aposentada Edyna Gonzales Alves, 77 anos, o resultado de uma tomografia realizada para investigar a causa de uma dor na região lombar levou o ortopedista a pedir que ela procurasse um proctologista. Seguiu-se uma colonoscopia, que apontou um pequeno tumor no cólon direito. Após a cirurgia, por meio de uma pequena incisão, não foi necessário um tratamento complementar. Recuperada, a professora aposentada hoje salienta aos quatro filhos — três deles já na faixa dos 50 anos — a importância dos exames preventivos.

— Estou sempre dizendo que eles têm de fazer. Não custa. Acho que já os convenci — diz Edyna.

Campanha busca a conscientização

Organizada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia, pela Associação Gaúcha de Coloproctologia e pela Associação Brasileira de Prevenção ao Câncer de Intestino, a campanha nacional de prevenção ao câncer de intestino, iniciativa também chamada de Setembro Verde, levará a exposição de um modelo de um intestino gigante para as cidades de Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

Marlise Cerato Michaelsen, presidente da Associação Gaúcha de Coloproctologia, explica que os visitantes poderão percorrer a parte interna do protótipo inflável, de aproximadamente 20 metros, tendo acesso a vídeos educativos e ilustrações sobre hemorroidas, doenças inflamatórias, pólipos, divertículos e câncer.

A estrutura estará na Capital entre os dias 18 e 20, no terceiro andar do Praia de Belas Shopping. Nos três dias da mostra, haverá, ao final do passeio pelo intestino gigante, um bate-papo com médicos sobre prevenção, exames e tratamentos, além da distribuição de material informativo. Este é o segundo ano consecutivo que a campanha passa pelo Estado.

Setembro Verde

Visitação de modelo de intestino gigante
Data: de 18 a 20 de setembro
Local: terceiro andar do Praia de Belas Shopping, em Porto Alegre
Horário: das 10h às 22h
Entrada gratuita


Autor: Camila Nunes
Fonte: Zero Hora

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