
Milhares de pessoas participaram, na manhã de domingo, da 13ª edição da Caminhada das Vitoriosas, que marcou o início da campanha Outubro Rosa em Porto Alegre — um movimento mundial pela visibilidade da luta contra o câncer de mama. O evento, promoção do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama), reuniu principalmente mulheres, que traziam nas camisetas o lema deste ano: "Para todas as Marias", um apelo pelo acesso igualitário no SUS aos tratamentos para o estágio mais avançado da doença.
Balões e sombrinhas cor-de-rosa (uma ótima proteção ao sol que acompanhou a caminhada) também coloriram as ruas da Capital, desde o Parcão — ponto de partida — até a Redenção. Simpatizantes da causa exibiam toalhas rosas nas sacadas dos prédios do trajeto. Outros empunhavam cartazes como "Dê um peitaço no câncer de mama" e "Agradeço pela cura". A estimativa da organização é de que 6 mil pessoas tenham cumprido a passeata. Ano passado, foram 5 mil.
A chegada de outubro tem sido também a da cor rosa à fachada de prédios públicos e monumentos em todo o mundo, como forma de lembrar a campanha mundial pela visibilidade da luta contra o câncer de mama. No Brasil, o Outubro Rosa já ilumina as cúpulas da Câmara e do Senado e as fachadas dos edifícios do Palácio do Planalto, em Brasília.
Em Porto Alegre, ao longo do mês, entidades se mobilizam com o intuito de engajar a sociedade no combate à doença.
De acordo com a chefe do serviço de mastologia do Hospital Moinhos de Vento e presidente voluntária da Femama e do Imama, Maira Caleffi, a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce – mote principal das campanhas sobre a doença – já é bastante difundida entre a população. O que falta é a contrapartida do sistema de saúde público.
— As mulheres estão bem mais conscientes de que precisam procurar o médico. O sistema de saúde é que não está atendendo à grande demanda, cada vez maior, do número de casos de câncer de mama. Neste ano, são esperados mais de 57 mil no Brasil — alerta.
O dado alarmante é uma projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No RS, estima-se uma taxa de 88 casos por 100 mil mulheres, número que configura o câncer de mama como o segundo tipo mais frequente nas mulheres do Estado, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma.