Pesquisadores gregos relatam, no American Journal of Hypertension, que exames ambulatoriais da pressão arterial sugerem que indivíduos que sofrem exposição passiva à fumaça do tabaco, em ambiente doméstico ou no trabalho, apresentam maior risco de hipertensão mascarada.
“Nossos resultados demonstram que o tabagismo passivo pode ser um ‘parceiro oculto’ da hipertensão domiciliar e especialmente da hipertensão mascarada”, contou o pesquisador Dr. Costas Thomopoulos a Reuters Health.
Dr. Thomopoulos, do Elena Venizelou Hospital, em Atenas, e colaboradores chegaram a esta conclusão após estudarem 154 pacientes com exposição passiva regular ao tabaco e outros 100 indivíduos sem este fator de exposição. Todos foram encaminhados à unidade ambulatorial de hipertensão para avaliação da pressão arterial.
A pressão arterial dos participantes foi aferida em três visitas separadas à clínica, e eles também foram submetidos à monitoração ambulatorial da pressão arterial durante 24 horas em um dia de trabalho.
Comparados aos indivíduos não expostos, os fumantes passivos apresentaram uma pressão arterial sistólica em 24 horas mais elevada (126 versus 122 mmHg), maior pressão arterial diastólica (89 versus 84 mmHg) e frequência cardíaca (79 versus 73 batimentos por minuto) (p < 0,05 para todos). Além disso, os fumantes passivos demonstraram maior prevalência de hipertensão mascarada (23% versus 8%; p < 0,01).
Em análise multivariada, o tabagismo passivo foi um fator preditor de hipertensão mascarada independente, assim como a duração semanal e a intensidade da exposição a fumaça do tabaco, idade mais jovem, frequência cardíaca, baixo nível de atividade física e diferenças na pressão arterial e freqüência cardíaca na posição ortostática e sentada.
São necessários estudos posteriores, mas estes resultados apontam “no sentido de inclusão da avaliação do tabagismo passivo na prática clínica (de rotina)”, disse Dr. Thomopoulos.