Para a aposentada, as esperanças de conseguir um tratamento estão se esgotando. Ela diz que sente dores em todo o corpo e também têm insônia. "Levamos o caso até o Ministério Público e eles dizem que o processo está sendo avaliado muito rápido. Mas o que ele não pensam é que meu tumor não pode esperar. O que estamos pedindo é um apelo à vida. É muito sofrimento."

Segundo o oncologista Danilo Martins, de 46 anos, o tumor que Ana Maria tem é um gliobastoma – um tipo de câncer extremamente agressivo e que precisa de tratamento imediato.

"O ideal é que a quimioterapia e a radioterapia sejam iniciadas nas seis primeiras semanas após uma cirurgia de retirada de tumor. Sem esse tratamento, há poucas chances de o paciente sobreviver. A rede pública de saúde passa por um momento complicado, parece que o governo abandou a população", disse.

Espera

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informa que a paciente realizou cirurgia de alta complexidade para retirada de tumor em junho deste ano e, no mês de agosto, foi feita pelo médico assistente a indicação para que ela se submetesse à quimioterapia e radioterapia.

"De imediato, a pasta a inseriu na Regulação – um sistema que avalia todos os pacientes, de forma clínica, e os coloca em escala de prioridade para a realização do procedimento. Portanto, a paciente em questão encontra-se regulada e necessita aguardar a convocação para iniciar estas intervenções", diz nota da pasta.