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Três hospitais gaúchos recebem prêmio máximo por estrutura de banco de leite materno
 
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26/10/2015

Três hospitais gaúchos recebem prêmio máximo por estrutura de banco de leite materno

Qualquer mãe saudável que estiver amamentando e tiver leite excedente pode fazer a doação

Tão ou mais aguardada que o nascimento, a hora de amamentar é um dos momentos que mais causam ansiedade e alegria nas novas mães. Mas não são todas as mulheres que conseguem dar de mamar para seus filhos, e os motivos são os mais variados. Por isso, há mais de 70 anos, foi criado o primeiro Banco de Leite Humano (BLH) no país.

Hoje, com mais de 200 unidades espalhadas por todos os Estados, o Brasil é considerado o país com a maior rede de bancos de leite do mundo. E, em termos de qualidade, o Rio Grande do Sul tem se destacado.

No último mês, os bancos de leite do Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia e do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), em Porto Alegre, além do Hospital de Caridade de Ijuí, no Noroeste, foram contemplados com o certificado de excelência Categoria Ouro, que é concedido anualmente pelo Programa Ibero- americano de Bancos de Leite Humano e desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz. Todos cumpriram os critérios referentes a instalações, equipe e, principalmente, produto final. Como resultado, garantem que o leite materno chegue principalmente aos bebês internados nas UTIs neonatais das instituições, ajudando na plena recuperação dos recém-nascidos.

Dos nove bancos de leite que existem no Estado, outros dois também receberam a distinção, na categoria Bronze: Hospital Fêmina, da Capital, e Santa Casa de Bagé, na Campanha.

Doadoras também são beneficiadas

Mas se as instalações são top de linha, os estoques ainda são insuficientes para atender a demanda dos hospitais.

— Muitas mães não doam por simples falta de conhecimento, ou por achar que o procedimento é complexo e demorado. Na verdade, ele é bem simples, pode ser feito tanto em casa quanto no banco. Temos equipes que buscam o leite coletado na casa da pessoa — explica a nutricionista Daniela Ribeiro, do Banco de Leite da Santa Casa.

Qualquer mãe saudável que estiver amamentando e tiver leite excedente pode fazer a doação. Basta preencher um cadastro e estar disponível para as coletas. Conforme a técnica de enfermagem Marielen Mossoi Serafim, do Banco de Leite do Hospital Presidente Vargas, a importância da doação está nos benefícios que só são encontrados no leite materno, seja ele da própria mãe ou de um doador:

— O leite humano é importante, pois tem benefícios que nenhum leite artificial tem, como uma grande quantidade de fatores de proteção, que fortalecem o sistema imune e ajudam a diminuir o risco de doenças infecciosas e diarreias, além de atuar no desenvolvimento dos órgãos e do sistema cognitivo dos bebês.

As mães que produzem leite em excesso também são beneficiadas, pois, ao retirar o leite que permanece nas mamas, estão evitando complicações como a mastite — inflamação das glândulas das mamas causada pelo acúmulo da substância.

— E, para as mães que se preocupam em ficar sem leite para os filhos após fazer a doação, é preciso saber que, quanto mais leite ela retira da mama, mais está estimulando sua produção — explica Marielen.

Contribuições espontâneas são menos frequentes

Desde que teve sua primeira filha, há um mês, a técnica administrativa Aline de Oliveira, 30 anos, retorna ao hospital Santa Casa, em Porto Alegre, pelo menos uma vez por semana. Com sorriso no rosto, percorre voluntariamente os mais de 30 quilômetros que separam sua casa da instituição com o objetivo de receber novas orientações sobre amamentação e de ajudar outras mães. Aline, que já no terceiro dia após o nascimento da filha Ana Clara viu que produzia mais leite do que a bebê conseguia consumir, é uma doadora.

No Banco de Leite da Santa Casa, Aline encontra o apoio e o estímulo para aliviar as mamas do excesso de líquido e colaborar com a alimentação de outros recém-nascidos:

– Recebi várias dicas da instituição sobre amamentação quando tive minha filha. Essas doações são uma forma de retribuir todo auxílio que recebi, além de ajudar outras crianças que estão internadas. É um procedimento bem simples, que todas mães que produzem leite em excesso deveriam fazer.

Daniela Ribeiro, nutricionista do banco, conta que todo leite coletado no local é distribuído entre os 42 leitos da UTI neonatal da instituição. Em sua maioria, as doadoras são mães dos recém-nascidos internadas na instituição. Apenas de 10 a 15 mães por mês fazem contribuições de forma espontânea.

— Dessa forma, conseguimos dar suporte a cerca de 70% das crianças internadas. As demais são alimentadas com preparações de leite artificial e que, consequentemente, não têm os mesmos nutrientes e fatores de proteção que o leite materno — afirma a nutricionista.

Além de ir até a instituição, Aline também conta com o serviço de coleta do leite em sua própria casa. Uma vez por semana, um serviço oferecido pelo hospital, que conta com o apoio dos Bombeiros e do Rotary Club, recolhe o leite diretamente na casa de mães que, como ela, decidiram ser doadoras.

— Esse serviço facilita muito nossa vida. Basta aprender direitinho como retirar o leite e armazenar, o que é supersimples. Todo esse excesso de leite que produzo seria jogado fora, então é muito bom que pode ser útil para outros bebês — resume a doadora. 


Autor: Jaqueline Sordi
Fonte: Zero Hora
Autor da Foto: Lauro Alves

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