As dores são uma constante em sua vida ou você quase não as sente? Uma pesquisa encomendada ao IBOPE por uma indústria de medicamentos procurou investigar como a dor atua na vida do brasileiro. Foram 1,4 mil entrevistados, em nove regiões metropolitanas: Belém, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília. Entre os entrevistados, 51% relataram a ocorrência de alguma dor na semana anterior à pesquisa.
As queixas que se destacam são dor de cabeça e dor nas costas. Na cabeça, 81% dos entrevistados assumiram que enfrentam esse tipo de problema, enquanto nas costas o índice baixa para 40%. As mulheres revelam que sentem mais dores, ficando empatadas com os adultos acima dos 50 anos - juntos, eles formam os dois grupos mais doloridos (58%).
Os entrevistados relataram que a dor mais incômoda é a da coluna, que acaba afetando também a vida profissional. Em relação a constância na vida dos indivíduos, empata com as dores provocadas por processos inflamatórios nas articulações (80%). Uma das queixas mais frequentes das mulheres é a cólica menstrual, que acomete 94% das entrevistadas.
A pesquisa mostrou também que os brasileiros estão atentos à saúde. A cada sinal de dor desconhecida, 66% dos entrevistados recorrem a algum tipo de auxílio. Por outro lado, só procuram o médico quando a intensidade da dor fica entre moderada e intensa. De acordo com o anestesista Mario Tadeu Waltrick Rodrigues, especialista em terapia da dor e integrante da equipe do Hospital Dona Helena, de Joinville, as clínicas para dor tratam de problemas crônicos.
Quando a dor é aguda e causada por trauma, precisa ser tratada de forma emergencial. “O Brasil é o país da automedicação. Grande parte da população não tem acesso à medicina e vai para o balcão da farmácia, procurando o especialista só quando o caso se torna muito grave”, ressalta. Tratamentos para dor dependem muito da característica e do diagnóstico do problema. Rodrigues explica que os tratamentos com medicação são os mais usuais, seguidos dos bloqueios com analgésicos e até cirurgias para o implante de dispositivos analgésicos ou interrupção das vias em que a dor é sentida.
As pessoas com dor de cabeça, segundo Rodrigues, costumam consultar neurologistas e não procuram clínicas específicas para tratamento da dor, o que poderia ser mais eficaz. E as lombalgias são as que mais despertam os pacientes a buscar ajuda médica. “Lombalgia é um termo técnico, que abrange desde cólica renal até os problemas de coluna. Dentro dessa especificação, as dores nas costas são as mais incapacitantes”, explica Rodrigues.