.
 
 
Vacinação em áreas remotas é tema de mostra fotográfica na Capital
 
Notícias
 
     
   

Tamanho da fonte:


19/11/2015

Vacinação em áreas remotas é tema de mostra fotográfica na Capital

Ação dos Médicos Sem Fronteiras imunizou mais de 40 milhões desde 2008, em países da África, América e Ásia

Eles percorrem quilômetros por estradas rudimentares, em canoas improvisadas ou em trilhas a pé pela floresta. Nas mãos, carregam uma caixa térmica cheia de vacinas, que servem para imunizar milhões de esquecidos por seus governos. Integrantes da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) que trabalham com vacinação de populações remotas tiveram suas ações registradas em imagens emocionantes, expostas a partir de hoje na Usina do Gasômetro.

Chamada Caminhos da Vacina, a mostra estará no local até o dia 6 de dezembro. A exposição é interativa e composta por 100 fotografias, vídeos, mapa, textos e gráficos. No mapa, por exemplo, o visitante pode acionar vídeos do trabalho por região. A imagens são das ações do MSF em países da América, da África e da Ásia, entre eles Afeganistão, Etiópia, Haiti, República Democrática do Congo e Sudão do Sul.

Conforme a organização, as dificuldades sociais e geográficas impedem que 22 milhões de crianças com menos de um ano sejam adequadamente imunizadas no mundo. De 2008 a 2014, a MSF ministrou 42,3 milhões de doses de vacinas a pessoas em regiões remotas do planeta, contra várias doenças. Apenas em 2014, foram quase 4 milhões de doses, sendo 1,5 milhão contra o sarampo.

— A vacinação reduz as taxas de mortalidade e morbidade e, com menos pessoas doentes, o custo com saúde pública também diminui. Não é apenas a criança vacinada que se beneficia, o alívio do sofrimento é muito mais amplo — explica a infectologista Maria Rado, diretora da Unidade Médica Brasileira da MSF.  

Uma das principais dificuldades do trabalho é manter as vacinas na temperatura adequada, que varia entre os 2ºC e os 8°C. Se ficarem abaixo ou acima disso, as doses não terão efeito de imunização, tendo de ser descartadas. Isso faz com que as equipes da MSF tenham de carregá-los em caixas térmicas e monitorar constantemente a temperatura. São essas caixas que inspiraram a montagem da exposição — as fotos estão dispostas em telas de tablets instalados dentro de um contêiner.
Equipes caminharam 12 horas com 40 quilos nas costas
Para monitorar o estado das vacinas, as equipes contam com um equipamento medidor da temperatura dentro das caixas. O aparelho mostra quando é necessário trocar o gelo dos recipientes. Por essa necessidade, a MSF tem de carregar aos locais freezers para produção de gelo, gerador para mantê-los ligados quando não há energia elétrica e combustível para o gerador. Há equipes que chegam a caminhar 12 horas pela floresta carregando equipamentos de 40 quilos nas costas.
A coordenadora de produção audiovisual da mostra, Jéssica Urdangarin, passou 25 dias na República Democrática do Congo este ano para retratar uma campanha de vacinação contra sarampo, depois que uma epidemia atingiu a região de Abuzi, no noroeste do país. A jornalista conta que demorou nove horas para percorrer, de carro, 270 quilômetros, devido à precariedade das estradas. A equipe também teve de cortar árvores para fazer pontes, utilizar motos, andar horas de canoa e a pé.
— Foi uma experiência bem difícil. Visitar os hospitais e ver a realidade da desnutrição da população é chocante. Mas, ao mesmo tempo, conviver com as comunidades e ver a vacinação em prática foi muito gratificante. Conseguimos mostrar nas imagens a dificuldade que as equipes superam — relata.
O alto custo das vacinas também é uma barreira para a ação. Em 13 anos, o preço para imunizar completamente uma criança subiu 68 vezes. O aumento é explicado pela adição de vacinas caras ao pacote básico. Em 2001, eram seis vacinas para meninos e meninas, que custavam US$ 0,67. Em 2014, o pacote dos meninos passou a conter 11 vacinas ao custo de US$ 32,09 e o das meninas 12 vacinas por US$ 45,59. A imunização extra para o sexo feminino é contra o HPV.
Para que a vacina contra a pneumonia possa custar US$ 5, metade do menor custo no mercado, a MSF iniciou uma petição online. A doença é a principal causa de morte entre as crianças no mundo, e 75% delas não recebem a imunização. A petição também estará disponível para assinatura na exposição de Porto Alegre. A capital gaúcha é a quarta cidade do país a receber a mostra, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em 2016, a exposição passará por pelo menos outras cinco cidades.
Serviço
De 19 de novembro a 6 de dezembro, na Usina do Gasômetro
Visitação de terça a sexta-feira é das 9h às 19h
Aos sábados e domingos, a mostra pode ser vista das 10h às 20h
A entrada é gratuita
Os Médicos sem Fronteiras
É uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem nenhum acesso à assistência médica. Conta com a atuação de mais de 36 mil profissionais no mundo, sendo 150 brasileiros em projetos de campo.

Autor: Fernanda da Costa
Fonte: Zero Hora

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581