O câncer, por si só, já provoca muita dor nos doentes, e o tratamento do câncer também pode ser bem dolorido para os pacientes. Sobre a dor relacionada ao câncer, o programa Cotidiano da última segunda-feira (7) conversou com o neurocirurgião especialista em dor e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho de São Paulo, Cláudio Fernandes Correa.

O médico explica que a dor vem do crescimento ou distenções de estruturas sensíveis à dor, mas também pelo próprio tratamento, como a cirurgia, radioterapia e a quimioterapia. Esses fatores respondem por 60% dos pacientes que apresentam doença oncológica, que vão desenvolver dor ao longo da vida. Desses,10% vão precisar de um procedimento operatório e os outros 50%, com tratamento medicamentoso têm um controle satifatório do quadro de dor.

Ele explica que os procedimentos, tanto do ponto de vista de terapia mendicamentosa quanto do ponto de vista de terapia cirúrgica, devem ser propostos na medida da necessidade, conforme a evolução do próprio paciente.

E faz um alerta, o oncologista não tem formação na área da dor, então ele não sabe, muitas vezes, indicar ao paciente o melhor tratamento da dor. "Ele costuma portanto ter uma base de tratamento de dor, mas é muito rudimentar e por isso, o paciente precisa de um especialista para o alívio da dor", explica.

Acompanhe a entrevista ao Cotidiano, com apresentação de Luiza Inez Vilela, na Rádio Nacional de Brasília.