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Sindag voltará a propor uso de aviões no combate a mosquito
 
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16/12/2015

Sindag voltará a propor uso de aviões no combate a mosquito

Técnica foi usada com sucesso em São Paulo, durante um surto de encefalite em 1975

Com o agravamento dos casos de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegipty - além da dengue, cada vez mais abrangente e crônica, agora também a chikungunya e o vírus zika, o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) deve reapresentar ao Ministério da Saúde a proposta do uso de aviões para o combate dos mosquitos adultos em áreas de epidemia. A idéia é aplicar pelo ar o mesmo inseticida hoje usado em terra nos chamados fumacês, porém, com a vantagem de maior cobertura - fundos de terrenos baldios e áreas longes do alcance das caminhonetes e equipes com bombas costais, que aplicam basicamente a partir das ruas.

O uso de aviões com combate a mosquitos é comum nos Estados Unidos e em diversos países da América Latina. E não é novidade no Brasil: em 1975, o uso de aviões foi responsável pela eliminação dos focos de mosquitos culex na região da Baixada Santista, em São Paulo. Na época, com três aplicações em quatro semanas, a estratégia acabou com um surto de encefalite que assolava municípios como Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe.

Tratativas e números

O Sindag vem tentando desde 2004 um acordo com autoridades federais para realização de ao menos uma área piloto de combate ao mosquito da dengue, para um comparativo com as técnicas de aplicação terrestres. A primeira ação foi logo depois da primeira grande epidemia no Rio de Janeiro e estava tudo articulado com o Ministério da Agricultura, o então Departamento de Aviação Civil (DAC, hoje ANAC) e a Defesa Civil do RJ. No entanto, na última hora os setores da Saúde e do Meio Ambiente vetaram a operação.

Em 2007 o Ministério da Saúde descartou a opção através da Nota Técnica 75. Mas, no próprio documento, o órgão admitiu que a aviação fosse aconselhada em casos de epidemia - situação que já existia na época e até agora não se reverteu, aliás, piorou. Em 2008 (ano que já tinha 249 mil casos da doença e 164 mortes no primeiro semestre) a diretoria do Sindag teve uma audiência com o então ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

O ministro convidou o Sindag a participar de reunião do grupo técnico do Programa Nacional de Combate à Dengue, o que ocorreu em junho daquele ano. A proposta do sindicato aeroagrícola foi exposta aos técnicos, que ficaram de dar uma resposta “em breve”. O que nunca ocorreu.

Frota 

O Brasil tem atualmente a segunda maior frota mundial de aviões agrícolas – mais de 2 mil aeronaves. Nas lavouras, trata-se da única forma de aplicação com legislação própria e fiscalização por pelo menos cinco órgãos governamentais – além da mais rápida e precisa. Os pilotos têm formação acima de piloto comercial (especializada em voo de precisão e baixa altitude) e uma equipe com engenheiro agrônomo e técnico agrícola, ambos com especialização em operações aéreas.

Além disso, as empresas aeroagrícolas são obrigadas a ter pátio de descontaminação com sistema de tratamento de resíduos (o que não é exigido, por exemplo dos tratores, que utilizam os mesmos produtos nas lavouras e sujeitos aos mesmos riscos).

Os aviões são usados também em trabalhos de semeadura, aplicação de fertilizantes e até em combate a incêndios florestais.

Aplicação contra o Aedes

Falando em produtos, no caso do combate aos mosquitos, os mesmos inseticidas aplicados hoje por terra pelas equipes do Ministério da Saúde ou das secretarias estaduais e municipais de Saúde seriam aplicados em um voo a 40 metros do chão. Bem mais alto do que um voo em lavoura e o produto seria praticamente invisível a olho nu - já que a taxa de aplicação.nesses casos é de 400 mililitros por quarteirão (cerca de 10 mil metros quadrados).

O trabalho piloto proposto pelo Sindag consistiria da criação de um grupo de trabalho multidisciplinar (sanitaristas, biólogos, ecólogos e especialistas em tecnologia de aplicação aérea). Coordenado pelo Ministério da Saúde, o grupo escolheria a cidade alvo, produtos e doses, bem como faria a avaliação da população de mosquitos e evolução da doença antes, durante e após aplicação. A equipe monitoraria ainda parâmetros ambientais.

A aposta do sindicato aeroagrícola – baseado nas experiências internacionais e de décadas atrás no Brasil – é de que com tais produtos e usando doses tão baixas, não haveria impacto sobre as pessoas. Dependendo dos resultados e após eventuais ajustes no protocolo, recomendaria ao Ministério da Saúde a extensão para outras cidades, priorizando as que apresentem maior gravidade. 


Autor: Nelson Antônio Paim
Fonte: SINDAG

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