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Geneticista esclarece dúvidas sobre o Zika vírus
 
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18/01/2016

Geneticista esclarece dúvidas sobre o Zika vírus

Com o anúncio da relação entre a infecção e casos de microcefalia, muitas dúvidas têm surgido entre a população, principalmente por parte das gestantes

Com o anúncio da relação entre a infecção pelo vírus Zika e casos de microcefalia (má-formação cefálica do bebê), muitas dúvidas têm surgido entre a população, principalmente por parte das gestantes. A geneticista Maria Teresa Sanseverino, do Fertilitat, esclarece algumas das principais questões sobre a doença:

O que é o vírus Zika?

O vírus Zika é um flavirídeo do grupo dos arbovirus, similar ao vírus da dengue e do chikungunya. Ele foi identificado pela primeira vez em florestas africanas (Floresta Zika) e posteriormente relacionado a quadros infecciosos em humanos. É provável que tenha entrado no Brasil durante a Copa do Mundo de 2014. O vetor é o mosquito Aedes Aegypti, o mesmo da dengue e da febre amarela.

Ele está presente no Rio Grande do Sul?

Até o momento ainda não foi confirmado nenhum caso autóctone (contraído localmente) de infecção por Zika no RS. Mas, observando o aumento progressivo de notificações no Sudeste brasileiro e o início do verão, há uma grande preocupação com uma potencial epidemia também no Sul do Brasil. Sabe-se que o vetor está presente na maioria das cidades gaúchas, sendo uma situação de risco elevado.

Como a doença se manifesta?

A doença pós-natal causada por Zika é benigna, com febre menos intensa, dor e inchaço nas articulações, vermelhidão nos olhos e exantema (manchas rosadas-avermelhadas difusas). O diagnóstico de certeza é realizado através da identificação do RNA viral por PCR durante a fase aguda da doença. Esse processo já está disponível no Brasil, tanto em serviços públicos quanto privados, mas ainda de forma restrita.

E como ela se manifesta nas gestantes?

A infecção materna durante a gestação está relacionada a anormalidades do sistema nervoso central, como microcefalia, calcificações e malformações de sistema nervoso. A microcefalia ocorre quando o perímetro cefálico é igual ou menor do que 32 cm no recém-nascido a termo – ou abaixo de dois desvios padrão no recém-nascido prematuro. Sua notificação é obrigatória no país, através de protocolo especial.

O que a mulher pode fazer para se prevenir?

A prevenção individual da infecção da gestante se dá através do uso de repelentes, sobretudo aqueles à base de Icaridina – considerados os mais eficazes contra oAedes aegypti e com maior tempo de ação, além de não serem teratogênicos. No entanto, outros repelentes também são considerados seguros na gestação. Além disso, recomenda-se evitar viagens para as áreas de risco elevado de infecção, além de evitar exposição em horas mais críticas (início da manhã e final da tarde). O uso de telas e de repelentes de inseto no próprio ambiente também é recomendado. Somando-se às medidas do governo, tem sido recomendado um esforço coletivo para eliminação do vetor (larvas e mosquito Aedes aegypti), o que deve ser realizado pela população na suas próprias moradias e arredores. Considerando a situação epidemiológica atual da embriopatia por Zika, a recomendação mais prudente para as mulheres em idade fértil é adiar os planos de gestação até o melhor controle da doença.

O que tem sido feito para avaliar a questão da microcefalia?

O Ministério da Saúde organizou prontamente um grupo de trabalho que inclui profissionais de diversas áreas em resposta à epidemia de Zika e de microcefalia. A conduta que tem sido recomendada para todos os recém-nascidos com microcefalia é a inclusão em um protocolo específico de investigação. Isso compreende a sorologia materna para infecções congênitas conhecidas – como sífilis, toxoplasmose, varicela, rubéola, citomegalovírus e herpes (STORCH) –, diagnóstico diferencial de outras infecções, PCR em líquor do recém-nascido e exame de imagem cerebral.

Saiba mais sobre o Zika e a microcefalia

· Há casos de anormalidades do sistema nervoso central do feto em infecções maternas de primeiro e de segundo trimestre.
· Entre as consequências da infecção materna descritas até o momento, estão anormalidades de sistema nervoso central com e sem microcefalia. A evolução destas crianças em médio e longo prazo ainda não é conhecida.
· No momento, a única forma disponível de diagnóstico da doença é através de PCR na fase aguda. É necessário o desenvolvimento de sorologia especifica para a Zika. Ainda não se sabe o comportamento do vírus nas crianças infectadas intra-útero.
· Restam ainda pontos importantes a serem resolvidos, como o desenvolvimento de uma vacina segura e específica contra o vírus Zika e de alguma forma de tratamento que possa minimizar os riscos da infecção materna.
Fonte: Sistema de Informações sobre Agentes Teratogênicos (SIAT) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre 


Autor: Cláudia Paes
Fonte: Critério

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