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Novo vírus pode causar paralisia temporária em crianças de até cinco anos
 
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26/01/2016

Novo vírus pode causar paralisia temporária em crianças de até cinco anos

O chamado Gemycircularvirus também pode provocar uma inflamação do cérebro e levar a morte

Um novo tipo de vírus que causa paralisia temporária em crianças de zero a cinco anos de idade foi descoberto no Brasil. Em casos mais graves, o Gemycircularvirus também pode provocar uma inflamação do cérebro e levar a morte.

De 2007 a 2009 foram coletadas 1500 amostras de fezes de crianças, de 0 a 10 anos, com diarreia atendidas em hospitais de Manaus. A partir da análise molecular dessas fezes, em 2015, os pesquisadores encontraram, pela primeira vez no Brasil, o vírus do gênero Gemycircularvirus, que causa, além da diarreia, paralisia flácida temporária nos membros inferiores.

O vírus foi descoberto pela doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) Patrícia Puccinelli Orlandi, junto com um pesquisador do Laboratório de Medicina da Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA), Tung Gia Phan.

Em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, Patrícia Puccinelli Orlandi, que também é pesquisadora da Fiocruz Amazônia, explicou que, apesar de o vírus ter sido descoberto em Manaus, ele também pode ser encontrado em outras localidades que tenham problemas de saneamento básico.

“Muitas pessoas me perguntam se ele existe apenas no Amazonas. Na verdade, ele existe em vários outros lugares. A partir desse conhecimento adquirido, se começarem a fazer coletas e procurarem esse vírus em todo o Brasil, com certeza irão encontrá-lo”.

Segundo a pesquisadora, o vírus é mais recorrente em crianças. Porém, ele já foi detectado em adultos que vivem em áreas com problema de saneamento básico, como na Nicarágua.

Patrícia Puccinelli explicou que a sintomatologia da doença começa com uma diarreia normal e pouco vômito, dentro de um período de mais ou menos 5 dias. Após isso, as crianças começam a apresentar falta de locomoção, pois o vírus migra para o sistema nervoso.

“A criança começa a apresentar a falta de força nas pernas, tendo uma paralisia temporária por mais cinco dias. Em algumas crianças, ainda não se sabe o porquê, ele acaba migrando e acarretando um problema neurológico. A paralisia é reversível e a criança tratada volta a andar normalmente. Caso contrário, ela pode levar a morte”.

A transmissão é de forma fecal/oral, através do consumo de água contaminada por fezes contaminadas com o vírus. Por isso, a pesquisadora dá dicas.

“Devemos sempre pensar que a água é um grande transmissor de doenças. Por isso, é importante sempre ferver a água ou dar água tratada para as crianças beberem. Quem não tem condições de comprar um galão de água tratada ou fervê-la, deve clorá-la, ou seja, colocar algumas gotas de cloro para purificá-la”.

De acordo com Patrícia Puccinelli, ainda há risco de transmissão na lavagem de um alimento ou até mesmo na hora do banho. Entretanto, como ainda não se sabe quantas partículas virais são necessárias para causar essa diarreia.

“Teria que se fazer uma pesquisa para saber a quantidade certa para uma contaminação através do banho ou da lavagem de alimentos, por exemplo".

Para a pesquisadora, um saneamento básico adequado diminuiria a transmissão em 80% de todas as doenças de veiculação hídrica.

“Estamos em 2016 e é absurdo termos crianças que ainda morrem de diarreia por problemas de saneamento básico”, ressalta a pesquisadora.

Segundo Patrícia Puccinelli, desde que se trate cedo, há 100% de cura. O kit de diagnóstico rápido ainda está sendo desenvolvido e haverá condições de utilizá-lo em, aproximadamente, em três anos. 


Autor: Redação
Fonte: EBC

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