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RS mantém suspensão ao uso de larvicida em água potável
 
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16/02/2016

RS mantém suspensão ao uso de larvicida em água potável

Decisão foi tomada após divulgação de organização médica associando Pyriproxyfen e microcefalia

A Secretaria Estadual de Saúde vai manter a suspensão ao uso do larvicida Pyriproxyfen em águas destinadas ao consumo humano. A decisão foi anunciada pelo secretário João Gabbardo dos Reis após reunião com representantes das secretarias de Obras, Saneamento e Habitação e do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Corsan e da Emater na tarde desta segunda-feira no Centro Administrativo Fernando Ferrari.

O secretário havia anunciado no sábado a suspensão temporária do produto, que é indicado pelo Ministério da Saúde no combate ao Aedes aegypti. A motivação foi um relatório divulgado na semana passada pela organização médica argentina Physicians in the Crop-Sprayed Towns, que relaciona o uso do produto ao período e ao local de maior manifestação da microcefalia.

Gabbardo afirma que as pessoas que utilizavam o larvicida estão sendo instruídas a fazer a proteção física dos recipientes onde a água é armazenada, tampando-os e limpando-os periodicamente.

— As pessoas já têm essas condições, vamos trabalhar mais no sentido de orientação. A Emater e a Secretaria de Saúde já trabalhavam na lógica de fazer o trabalho manual de cuidado, e não fazer a utilização do produto químico. Nós estamos tentando colocar o modelo do Rio Grande do Sul em um modelo que a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) defende, com ênfase na prevenção.

De acordo com Gabbardo, o larvicida já era pouco usado em águas potáveis no Rio Grande do Sul. Poderia haver o uso dele em localidades do Interior onde não há água encanada — nenhuma na Região Metropolitana. Ele destaca que em locais onde a água recebe tratamento com cloro, não há risco de criação de mosquito, e que a utilização do larvicida em água que não será consumida é liberado. Gabbardo salientou ainda que não há relatos de problemas no Estado em decorrência do consumo de água que recebeu larvicida:

— A medida é totalmente preventiva, para que tenhamos uma segurança no caso de ter alguma relação com casos de alteração no sistema neurológico. Não há nenhuma evidência científica demonstrando a causa e consequência disso, mas se temos a alternativa de não usar o larvicida, por precaução, não vamos utilizar no Rio Grande do Sul.

O Estado não tem a intenção de prover estudos a respeito de uma suposta relação entre o larvicida e casos de microcefalia, e nem entrou em contato com os pesquisadores argentinos que levantaram essa suspeita. O secretário afirma que está, sim, em contato com a Abrasco:

— Nós não falaremos com os argentinos porque eles não fizeram pesquisa, eles analisaram os dados do relatório da Abrasco e em cima disso fizeram a manifestação.

A Abrasco se manifestou nesta segunda-feira para dizer que nunca fez a relação entre o larvicida e a microcefalia. Na nota técnica, divulgada em 2 de fevereiro, a entidade fala da necessidade de investimentos em saneamento básico e se posiciona contra o uso de substâncias químicas como principal estratégia de combate ao mosquito Aedes aegypti.

— Consideramos um contrassenso sanitário, um absurdo a colocação de veneno larvicida na água potável. E também é um absurdo o uso de uma substância considerada cancerígena pela Agência Internacional de Pesquisa para o Câncer (Iarc, na sigla em inglês), pela Organização Mundial da Saúde (OMS ), o Malathion, nos fumacês pelo país. Existem outras medidas que deveriam ser priorizadas — afirmou o coordenador do Grupo de Saúde e Ambiente da Abrasco, Marcelo Firpo.

Gabbardo afirmou respeitar a orientação do Ministério da Saúde (MS) e dos demais estados que fazem uso deste produto, porque podem ter mais necessidade de armazenamento de água em reservatórios individuais, e destacou que a decisão de suspender a aplicação do produto em reservatórios de água recebeu apoio integral do Conselho Estadual das Secretarias Municipais de Saúde do RS (Cosems/RS). 


Autor: Jéssica Rebeca Weber
Fonte: Zero Hora

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