.
 
 
Médico renomado mundialmente ensina técnica de desobstrução de artérias sem cirurgia em SC
 
Notícias
 
     
   

Tamanho da fonte:


04/03/2016

Médico renomado mundialmente ensina técnica de desobstrução de artérias sem cirurgia em SC

Satoru Sumitsuji esteve em Florianópolis para mostrar a chamada técnica retrógrada a brasileiros, que evita procedimentos invasivos no coração

As doenças cardiovasculares respondem por cerca de 25% das mortes dos catarinenses, ultrapassando as causadas por câncer ou acidentes de trânsito. Para os que sofrem desse tipo de enfermidade, alguns avanços que tornam as cirurgias e procedimentos cardíacos menos invasivos podem significar mais tempo de vida com qualidade. Nesta semana, Satoru Sumitsuji, referência mundial em angioplastias complexas de vasos totalmente obstruídos, esteve pela primeira vez no Brasil. Ele acompanhou procedimentos em Florianópolis e ensinou a técnica de desobstrução arterial sem cirurgia cardíaca.

– A maioria dos procedimentos menos invasivos é voltada à solução de doenças mais simples, mas com nossa técnica podemos fazer um procedimento pequeno para tratar doenças complicadas. Nós temos o conhecimento para fazer a cirurgia dentro do coração, sem precisar abri-lo – explica Sumitsuji.

Indicação para pacientes com problemas crônicos

A técnica é destinada a pacientes com obstruções totais crônicas dos vasos, caso de vasos obstruídos há mais de três meses. Essas ocorrências chegam a 15% do total das angioplastias (cirurgias realizadas para remover bloqueios da artéria do paciente).

A inovação da técnica aplicada pelo médico japonês consiste em desobstruir a artéria de baixo para cima – normalmente é de cima para baixo – usando cateter e stents. Esta inversão alcança uma taxa de sucesso de 95%, enquanto a angioplastia comum tem menos de 50%. O procedimento, que pode durar até quatro horas, evita a realização de cirurgias cardíacas, como a ponte de safena.

– Esse é um tipo de angioplastia complexa que não é habitualmente feito no Brasil. É um dos procedimentos mais complexos da nossa área – reforça o cardiologista intervencionista Marcelo Harada Ribeiro, do SOS Cárdio, que fez o contato com o especialista.

Ribeiro já usou a técnica em alguns casos, mas na próxima semana se reunirá com especialistas em São Paulo para intensificar e disseminá-la no país. Sumitsuji partiu de Florianópolis para Cingapura, para ensinar o método.

¿Invasão pequena para grande operação no coração¿

Satoru Sumitsuji - cirurgião cardiovascular japonês

Como funciona a técnica?

Minha especialidade é operação cardíaca que não é de peito aberto. É de um ponto feito no punho ou na veia femural, deixando uma cicatriz bem pequena. É uma invasão pequena para uma grande operação no coração. A vantagem número um [do procedimento] é que ele é menos invasivo. Os procedimentos menos invasivos são voltados à solução de patologias mais simples, mas com nossa técnica podemos fazer um procedimento pequeno e menos invasivo para tratar doenças complicadas. A maioria dos procedimentos para doenças complexas deixa os vasos sanguíneos da artéria coronária completamente rompidos. Ao redor do mundo pacientes de doenças complexas passam por grandes cirurgias que precisam abrir o peito, mas temos o conhecimento para fazer a cirurgia no coração, sem precisar abri-lo.

Quando passou a ser usada?

A primeira vez que esse tipo de técnica foi utilizada para tratar um ser humano foi em 1977. Há quase 40 anos. Desde então foi melhorando passo a passo. Atualmente, especialmente no Japão, muitos pacientes estão sendo tratados com esse procedimento menos invasivo [chamado de técnica retrógrada, de baixo para cima].

É o futuro para substituir a cirurgia cardíaca nesses casos?

Acho que sim. Um número limitado de médicos executam esse tipo de procedimento, mas com ensino e compartilhamento de conhecimentos, num futuro próximo, mais médicos farão.

Como está o Brasil?

A cardiologia brasileira é muito famosa. Grandes estudos clínicos importantes foram feitos no Brasil. Em termos acadêmicos, de tratamento e medicação, o Brasil é bom. Na chamada cardiologia intervencionista, o panorama japonês, o jeito e a conduta japonesas são muito mais sofisticados, há um ponto de vantagem. O Brasil provavelmente poderá se atualizar e melhorar seu panorama.

O que o senhor sugere fazer para evitar as doenças cardiovasculares?

Doenças do coração são muito comuns hoje em dia, porque tudo no estilo de vida, incluindo que tipo de refeição nós temos, o uso do carro e pouca prática de exercício diário estão fazendo com que cada vez mais se desenvolva doenças desse tipo. As chances aumentam aos 50 anos, às vezes aos 40. Para não aumentar o risco, é necessário levar um estilo de vida bacana, não comer muito e manter o peso corporal saudável, além de praticar exercícios e ter uma vida cotidiana boa e relaxada. 


Autor: Karine Wenzel e Marco Favero
Fonte: Zero Hora

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581