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Médicos priorizam consultas particulares e diminuem oferta para planos em Caxias
 
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17/03/2016

Médicos priorizam consultas particulares e diminuem oferta para planos em Caxias

Prática aumenta tempo de espera para quem tem convênio e busca atendimento com especialista

Médicos admitem que estão priorizando pacientes particulares e diminuindo a oferta para planos de saúde. É uma prática que aumenta o tempo de espera para quem tem convênio e busca atendimento com um especialista. Dependendo da área desejada, a consulta via plano só é agendada para daqui três ou quatro meses.

A longa espera não chega a ser uma situação nova, mas tem agravante: já tem médico que não está recebendo pacientes novos. É uma relação que muda se cliente tiver dinheiro para bancar uma consulta privada, cujo preço varia conforme a especialidade.

Áreas como alergologia, dermatologia, endocrinologia, ginecologia e pediatria são os casos mais críticos. O Pioneiro contatou pelo menos dois profissionais de cada uma dessas especialidades, todos credenciados a três planos de saúde de Caxias. Além de não haver regra para a marcação de consultas, boa parte não tinha espaço na agenda para consultas.

É possível conseguir atendimento de um dia para outro, dependendo do nome escolhido. Mas isso é raro. Na maioria das ligações, secretárias informavam que havia disponibilidade somente para abril ou maio. Com uma endocrinologista, não houve nem a possibilidade de agendar o atendimento.

— A agenda está lotada e não tenho previsão. Volta a ligar no final de abril para ver se a agenda abriu novamente — avisou a atendente.

Como os convênios não estipulam um número mínimo de pacientes que devem ser atendidos pelos credenciados, são os médicos que determinam a cota diária ou mensal de consultas. A limitação de consultas é admitida pelo presidente do Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul, Marlonei dos Santos:

— Médicos são soberanos dentro dos seus consultórios e são eles que estabelecem quantos pacientes, e de quais planos vão ser atendidos. Se um profissional atende somente 10 pacientes por mês de um determinado convênio, e outro atende 30, um terá sempre mais vagas na agenda.

Para o sindicalista, os profissionais podem destinar horários para atender de forma particular, o que não é ilegal.

— Se há vagas naquele dia para atender particular, mas não há para conveniados, é possível oferecer a opção. Isso vai de cada médico — pondera Santos.

O representante do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) em Caxias, Luciano Grohs, acredita que a demora nas consultas via plano tem relação com a preferência dos pacientes por um determinado médico.

— Ninguém deixa de ser atendido, mas muitas vezes é difícil conseguir consulta com determinado médico, por algum motivo: ou porque ele atende poucos dias no consultório, ou porque tem pacientes de vários convênios e por isso precisa dividir seu tempo — enumera Grohs.

Ele ainda esclarece que o Cremers não dita regras sobre a marcação de consulta:

— O médico é dono do seu consultório. É preciso ter horário disponível para pacientes dos planos em que se é credenciado, mas a quantidade pode variar.

O que dizem os planos:

Fátima Saúde

— Levando em consideração os 60 mil beneficiários do plano, não temos um número expressivo de queixas, mas já intermediamos situações em que estava difícil marcar consulta. Não interferimos nas agendas dos médicos, mas, quando somos procurados, garantimos atendimento com o especialista solicitado com base no prazo estabelecido pela Agência Nacional de Saúde. Com os prestadores de serviço, não contratamos volumes de consultas, só esperamos que prevaleça o bom senso na hora de gerenciar o número de atendimentos. Sabemos que muitas vezes não conseguimos encontrar vaga na agenda do médico de preferência do paciente, mas o atendimento não é negado. Hoje, há profissionais para atender, mas a maioria das pessoas quer escolher um médico de confiança. Adriano Prestes, gerente de intermediação com prestadores de serviço do plano.

Unimed

— Temos dificuldades para conseguir consultas em determinadas áreas. A principal é a endocrinologia porque temos poucos credenciados. Mas os beneficiários, hoje temos cerca de 320 mil, nunca deixaram de ser atendidos. Às vezes é difícil conseguir marcar as consultas no período estipulado pela ANS, mas se a demanda não é resolvida, temos outras providências para tomar. Já entramos em contato direto com o médico, para que ele consiga uma consulta para aquele paciente. O número de consultas varia de profissional para profissional, por isso pode ter essa diferença na oferta. Não indicamos um número mínimo de pacientes para serem atendidos pelos credenciados e não interferimos na administração do consultório. Vicente Henrique Verdi, diretor-técnico.

Círculo

— Temos o compromisso de conseguir a consulta para os nossos beneficiários, hoje em torno de 90 mil. E sempre conseguimos. Sabemos que há médicos que estão com as agendas lotadas e não estão agendando consultas para logo, mas em todas as especialidades há opção. Mas se o paciente quiser uma consulta com um determinado profissional, e ele só atender em quatro meses, não há o que fazer: ele terá que esperar os quatro meses. Hoje, uma média de 500 beneficiários por mês pede auxílio para conseguir consulta com um dos credenciados por meio da Central de Agendamento. A demanda é grande em algumas áreas específicas, mas oscila muito. As mais procuradas são dermatologia e ginecologia. Mirela Nunes Spier, gerente-geral de mercado.


Autor: Carolina Klóss
Fonte: Pioneiro

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