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20% dos pacientes da rede pública não comparecem a consultas marcadas
 
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21/03/2016

20% dos pacientes da rede pública não comparecem a consultas marcadas

Segundo os agentes de saúde envolvidos no processo de agendamento, as causas são diversas e a responsabilidade nem sempre é do doente

O corredor lotado de pacientes esperando atendimento, o médico no consultório, mas o paciente da vez não aparece. A cena descrita ocorreu na manhã da última terça-feira no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). E para quem possa pensar que esse foi um fato excepcional, os números mostram que a situação é mais recorrente do que se imagina, e não só no Husm.

Do total de 381,5 mil consultas agendadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2015 em Santa Maria (desde a rede de atenção básica até a alta complexidade, incluindo pacientes de outros 45 municípios atendidos na cidade), em cerca de 77,5 mil delas os doentes não aparecem. O número representa aproximadamente 20% das consultas agendadas. Ou seja, um a cada cinco pacientes falta à consulta médica pelo SUS.

E a consequência direta é o aumento da já gigantesca fila de espera. Além disso, o médico e a estrutura disponibilizada para aquele atendimento são desperdiçados.

– É bem frequente, os pacientes não virem – confirma o endocrinologista do Husm, Diogo Guarnieri Panazzolo.

Nos casos em que o paciente depende de transporte do município, e ele confirma o agendamento e não aparece, somam-se o prejuízo aos cofres públicos. Há o emprego do servidor e do veículo que, muitas vezes, vai até localidades do interior para buscar, em vão, o paciente.

Segundo os agentes de saúde envolvidos no processo de agendamento, as causas são diversas e a responsabilidade nem sempre é do doente. Às vezes, ocorre de as secretarias de saúde dos municípios não conseguirem localizar os pacientes por desatualização de cadastro, por exemplo. Nesses casos, outras pessoas da fila são chamadas, e a vaga é aproveitada. Mas, quando o paciente agendado, por um motivo qualquer, não vai e não avisa, a vaga é perdida.

– Isso é um problema para toda a rede. Primeiro, porque as pessoas precisam. Segundo, porque temos os profissionais altamente especializados desperdiçados – diz o chefe da Divisão de Gestão do Cuidado do Husm Salvador Penteado.

Bloqueio por 30 dias

Há consequências também para o prestador do serviço (no caso, o hospital) e para a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS) que têm metas a atingir. Assim como para o paciente faltoso.

– O sistema bloqueia por 30 dias aquele paciente que faltou à consulta – explica Gabriela Ratkiewicz, do Setor de Regulação da 4ª CRS.

A situação fica ainda mais grave se isso ocorrer em especialidades mais procuradas, para as quais a fila de espera por uma consulta pode levar mais de um ano, como na traumato-ortopedia.

Para tentar reduzir ao mínimo esses casos, equipes do Husm, do setor de regulação da 4ª CRS e das secretarias de Saúde dos municípios da região têm se reunido nos últimos meses. Os gestores querem identificar em que parte do caminho ocorre o problema.

Mais do que isso, os gestores já começaram uma espécie de campanha para conscientizar o paciente de que é preciso avisar da desistência. De preferência, com antecedência de três dias – tempo exigido pelo Husm para substituir o nome no sistema de agendamento.

 

Existem especialidades em que há vagas ociosas

Se, na maioria das especialidades, há mais procura por parte dos cidadãos do que a oferta por parte do Sistema Único de Saúde (SUS), existem algumas áreas em que há vagas e não há demanda.

De acordo com a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, exemplos são a gastroenterologia adulto, o tumor ósseo, a infectologia pediátrica, quadril e a nefrologia.

Segundo o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), o percentual de vagas em primeira consulta que a instituição oferta e que não são preenchidas é de cerca de 20%. Das 16.371 primeiras consultas disponibilizadas nos últimos seis meses no hospital, 4.298 não foram agendadas, o que representa 26% de ociosidade.

COMO DESMARCAR

Caso não possa comparecer à consulta agendada, o paciente do SUS deve avisar a unidade básica onde ele fez o agendamento ou a Secretaria de Saúde do seu município, independentemente da cidade em que será a consulta

Em Santa Maria, o telefone da Secretaria de Saúde é o (55) 3921-7228

O CAMINHO DO AGENDAMENTO

Na rede de atenção básica
– O paciente vai a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e solicita uma consulta com especialista na área desejada
– A consulta também pode partir de uma necessidade verificada em um dos pronto-atendimentos
– A equipe da unidade protocola o pedido e o encaminha ao setor de regulação da Secretaria de Saúde do município, que agenda
– Os pacientes cujos atendimentos ocorrerão na cidade serão informados pelas unidades básicas. Quem for consultar em outro município, será avisado pela Secretaria de Saúde

No Husm
– Os pacientes chegam ao Husm de duas formas: consultas cotizadas ou reguladas, ambas passam pelo Setor de Regulação da 4ª Coordenadoria de Saúde (4ª CRS)
– Todo o mês, o Husm disponibiliza, até o dia 10, por meio de sistema interligado em rede, a oferta de primeiras consultas eletivas (não urgentes) em cada especialidade (retornos são marcados direto com os médicos)
– Com base na oferta, o Setor de Regulação da 4ª CRS distribuiu as vagas entre os 32 municípios de abrangência, conforme as cotas estipuladas para cada cidade (Santa Maria recebe quase a metade das vagas)
– De posse do número que lhe coube, cada secretaria de saúde dos municípios agenda os pacientes
– Quando o número de vagas em determinada especialidade é menor do que a quantidade de cidades, a 4ª CRS faz a regulação por prioridade dos pacientes, independentemente do local de origem
– Funciona assim, cada município envia à coordenadoria, também por um sistema integrado, as suas demandas. Cabe às secretarias municipais manter esses dados atualizados a cada novo paciente que surge
– Os médicos reguladores da 4ª CRS identificam os casos prioritários por meio dos prontuários dos pacientes, agendam e informam as datas para as secretarias municipais das datas. Após as prioridades, a 4ªCRS encaixa os pacientes por ordem cronológica
– As secretarias dos municípios avisam os pacientes
– Alguns exames também são marcados pela 4ªCRS por meio de cotas aos municípios
– Cirurgias são marcadas pelos médicos junto aos hospitais que avisam os pacientes 


Autor: Redação
Fonte: Diário de Santa Maria

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