
Os três eixos principais de trabalho do Health Hub (Poder Público, universidades e instituições) tiveram a chance de apresentar suas linhas de atuação, prioridades e avaliações sobre os desafios para o desenvolvimento do setor saúde em Porto Alegre. Foram três reuniões no Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA). A última, dia 30 de março, contou com breves exposições de representantes de áreas administrativas e técnicas de hospitais. Ao final do encontro, foram definidos quatro grupos de trabalho, que irão conduzir as atividades a partir dos temas centrais debatidos. São eles:
- Questões Assistenciais
Coordenação: Fernando Ritter (Secretário Municipal de Saúde)
- Estrutura/Operações
Coordenação: Robson Morales (Diretor Administrativo do Hospital Divina Providência)
- Captação de Recursos
Coordenação: Ricardo Englert (Diretor Financeiro e de Planejamento da Santa Casa de Misericórdia)
- Desenvolvimento do 4º Distrito
Coordenação: Jorge Tonetto (Secretário Municipal da Fazenda)
Cada coordenador levará as pautas para os órgãos competentes e formulará uma equipe. Prioridades serão formalizadas e os avanços monitorados em reuniões com periodicidade ainda indefinida.
UFRGS apresenta Parque Científico e Tecnológico
Para finalizar o módulo iniciado na reunião anterior, o presidente do Conselho de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, apresentou a estrutura do Parque Científico e Tecnológico da instituição.
Em levantamento recente, a UFRGRS aparece como 2ª melhor instituição de ensino superior no país, com 1.631 atividades acadêmicas de extensão, uma forte tradição de interações com empresas e Poder Público, além do repositório de artigos científicos mais acessado da América Latina.
Para Luiz Carlos, o Health Hub deve funcionar como meio de aplicação prática de pesquisas, em que ideias e análises se transformem em produtos e serviços. “Essa é a chave para desenvolver uma nova onda, o desafio que queremos construir para que todos esses engenheiros, médicos e demais profissionais possam usar suas habilidades para desenvolver novas tecnologias para o Setor Saúde”, afirmou.
Solucionar gargalos é prioridade para diretor da Santa Casa
Ricardo Englert, diretor financeiro e de planejamento da Santa Casa de Misericórdia, apresentou uma análise global do impacto dos sub-financiamentos do SUS nos hospitais filantrópicos. Segundo ele, essas instituições, hoje responsáveis por 50% dos atendimentos do sistema no estado, atravessam um momento crítico.
“Precisamos obter novas linhas de crédito que garantam o atendimento e a sustentabilidade do setor. Uma de nossas responsabilidades aqui é trabalhar por uma medicina mais barata. Boa e barata. Só assim nós vamos salvar o sistema”, defende.
Outro tema apontado por Englert como prioritário é a reorganização do fluxo de pacientes que vêm do Interior para serem atendidos na Capital. “Os agentes públicos têm que resolver essa questão com emergência. Tem gente morrendo nas filas da Santa Casa com vagas em outros hospitais”, concluiu.
Saulo Bornhorst, chefe da Emergência do Hospital São Lucas da PUCRS, apresentou levantamento que também demonstra o elevado índice de atendimentos. De acordo com ele, as instituições precisam agir dentro de um ambiente de maior previsibilidade para terem um melhor desempenho.
Outros tópicos apresentados na reunião:
Salvador Gullo Neto, cirurgião e professor da Faculdade de Medicina da PUCRS, apresentou como referência para outras instituições um programa ativo de teleconferências que conecta profissionais para discutir métodos específicos de tratamento.
Carlos Eduardo Nery Paes, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), mostrou case de sucesso da Associação dos Hospitais de Porto Alegre (AHPA): a aquisição de uma planta industrial de higienização de têxteis, para atendimento dos hospitais associados. Além do próprio GHC, compõe o grupo os hospitais Divina Providência, Ernesto Dornelles, São Lucas, Clínicas e o Sistema de Saúde Mãe de Deus.
Eduardo Sabbi, psiquiatra diretor da Clínica Vitalis, analisou o mapa de envelhecimento populacional de Porto Alegre e relembrou o título de “Cidade amiga do idoso” (MARCAR). Segundo ele, o município ainda precisa avançar em muitos aspectos para atender efetivamente à qualificação.
Carlos Emílio Stigler Marczyk, gerente de infraestrutura do Hospital Moinhos de Vento, tratou das dificuldades no abastecimento e da suscetibilidade das instituições a quedas de energia elétrica, como a decorrente do temporal que atingiu Porto Alegre em 29 de janeiro.
Robson Morales, diretor administrativo do Hospital Divina Providência, falou das dificuldades de licenciamento envolvendo licenças de operação, Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI), Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) e Vigilância Sanitária. “Se não fizermos essa etapa, corremos o risco de não evoluir nas outras questões do Health Hub”, ressaltou.