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Cosméticos e produtos de higiene para as crianças precisam ser escolhidos e usados com cautela
 
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11/04/2016

Cosméticos e produtos de higiene para as crianças precisam ser escolhidos e usados com cautela

Especialista diz que quanto mais precoce for a exposição aos produtos químicos, maior o risco de alergia no futuro

Não é incomum encontrar crianças maquiadas, com unhas pintadas ou gel nos cabelos. São os pequenos consumidores que fazem do Brasil um dos maiores mercados mundiais para cosméticos infantis. De produtos de higiene básica, como sabonete e xampu, a perfumaria e maquiagens, médicos alertam para que os pais avaliem muito bem a segurança e a necessidade dos itens destinados às crianças.

Por ser mais sensível, a pele dos pequenos pode sofrer reações alérgicas graves em contato com esses produtos químicos.

— A pele das crianças é mais fina e porosa do que a dos adultos, por isso absorve mais os produtos e tem maior risco de apresentar reações — explica a dermatologista Lia Dias Pinheiro Dantas, médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Além disso, as glândulas sebáceas das crianças não produzem tanta oleosidade, desenvolvida a partir da adolescência, conforme a dermatologista Luciana Boff de Abreu, do Hospital São Lucas da PUCRS. A especialista completa que, assim como a pele, os cabelos das crianças também são mais finos e exigem cuidado.

A orientação é que os pais usem somente produtos infantis e específicos para a faixa etária dos filhos. Também é necessário ficar atento à data de validade e ao registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A dermatologista Mariana Soirefmann, secretária científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Rio Grande do Sul, ainda indica a escolha de produtos antialérgicos, suaves e com menos perfume ou corante, que sejam dermatologicamente testados.

O modo de usar e a quantidade certa para aplicar na pele também devem ser respeitados.

Quanto aos produtos para adultos, as médicas são unânimes em dizer que eles jamais devem ser usados nas crianças. Eles podem causar desde alergias a dermatites de contato, reações inflamatórias cujos sintomas podem ser erupções, bolhas, descascamento, escurecimento da pele, fissuras, secura, urticária, vermelhidão ou úlceras. Até mesmo os produtos infantis podem causar reações, caso as crianças sejam alérgicas.

— Quando um produto causa reação alérgica na criança, recomenda-se suspender o seu uso e consultar um dermatologista ou pediatra para indicar o tratamento mais adequado a cada caso — explica Mariana.

Mesmo que os cosméticos não causem alergias, a pele das crianças fica mais sensível com a aplicação dos produtos químicos. Por isso, os pais precisam avaliar a necessidade de cada item. Fora os produtos de higiene básicos usados diariamente, as dermatologistas indicam aplicação de protetor solar, creme hidratante e repelente, que podem proteger as crianças. Maquiagens, esmalte e gel para cabelo devem ter o uso adiado ao máximo.

— Quanto mais precoce for a exposição aos produtos químicos, maior o risco de alergia no futuro — diz Luciana.

Evitar o uso precoce significa ter de aprender a dizer não para as crianças. A professora de Direito Maurem Rocha, 39 anos, permite que a filha Gabriela, cinco anos, use batom e esmaltes desenvolvidos para as crianças, que saem com água. Outras maquiagens não são permitidas.

— Quando ela pede maquiagens, eu digo que não precisa, pois já é linda sem. Tem de ser algo lúdico, nos momentos em que ela está brincando com as bonecas, e acaba passando em mim e nela também. Não algo para ficar bonita — afirma.

Como escolher os produtos

Todos devem ser específicos para a faixa etária da criança, na linha infantil. Opte por antialérgicos, suaves e com menos perfume ou corante, que sejam dermatologicamente testados.

• Sabonete: dê preferência aos líquidos, que conseguem ser formulados com o Ph mais próximo ao da pele das crianças, o que irrita menos a pele. Evite sabonetes antissépticos, que podem ressecar a pele, ocasionando coceira e irritação.

• Xampu: deve ser livre de parabenos e com baixo potencial para desencadear alergia tanto na pele quanto nos olhos.

• Hidratante: Deve conter substâncias emolientes, com a capacidade de hidratar a pele por 24 horas. Consulte um pediatra ou dermatologista antes de usar.

• Protetor solar: não pode ser usado em crianças de até seis meses. Dos seis meses aos dois anos, é preciso procurar produtos específicos para a faixa etária, que não provocam reações químicas na pele (funcionam apenas como uma película de proteção, por isso são mais difíceis de espalhar). A partir de dois anos, o indicado são os protetores infantis.

• Repelente: Não pode ser usado em crianças de até seis meses. Dos seis meses aos dois anos, os indicados são os com a substância IR3535. Depois, podem ser usados os repelentes infantis. Até os sete anos, o indicado é aplicar duas vezes ao dia. Depois, pode ser aplicado até três.

• Esmalte: Dermatologistas não recomendam o uso. Se os pais quiserem comprar, o mais adequados são os esmaltes infantis, removidos com água. O uso do produto comum e de acetona é prejudicial e pode causar reações alérgicas na pele e nos olhos.

• Maquiagem: Dermatologistas não recomendam o uso. Se os pais quiserem comprar, a mais adequada é a específica para crianças.

• Tatuagem de henna ou de chiclete: Não deve ser aplicada em crianças, pois pode desencadear reações inflamatórias graves na pele. A henna pode causar dermatite de contato irritativa, capaz de provocar cicatrizes. A maioria desaparece em seis meses, mas há casos em que duram a vida toda.

Fontes: dermatologistas Lia Dias Pinheiro Dantas, Luciana Boff de Abreu e Mariana Soirefmann.


Autor: Fernanda da Costa
Fonte: Zero Hora

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