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Mulheres relatam como superaram dificuldades na saúde sexual
 
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11/04/2016

Mulheres relatam como superaram dificuldades na saúde sexual

Sexualidade feminina ainda é cercada de tabus e preconceitos

Sexo é saúde, e saúde também é sexo. Esse conceito já é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS): a sexualidade está oficialmente entre os critérios para se avaliar a qualidade de vida de um indivíduo. Tudo funciona como um ciclo: disfunções sexuais podem ser sinal de outras doenças, e dificuldades na cama levam à angústia, à frustração e até mesmo à depressão.

Veja depoimentos de mulheres que enfrentaram problemas na vida sexual.

"Foi libertador, não me preocupo mais se algo é 'feio' ou errado"

Patrícia*, 25 anos

"Meu namorado e eu não estávamos mais tendo relações sexuais porque, há um ano, eu comecei a sentir muita dor. Não sabia o motivo, mas resolvemos, juntos, procurar uma solução para não terminar o relacionamento de mais de quatro anos. Procurei minha ginecologista, fiz exames e deu tudo normal. Desconfiamos que era vaginismo (contratura involuntária da vagina) e ela me indicou ajuda. Meu namorado também me incentivou a buscar uma sexóloga.

Eu sou bem tímida e envergonhada para falar sobre isso com qualquer pessoa, mas, como nós temos liberdade para conversar, ele me encorajou e fui. Não achei que teria tanto resultado, mas teve muito. Nas sessões, eu tenho um tempo sozinha para falar com ela e depois ele participa.

Quando eu ia, a sexóloga me dava temas de casa. Falou para eu assistir a filmes eróticos, ver documentários sobre sexo para discutirmos na próxima sessão. Ela me indicou técnicas de relaxamento, passou a me dar mais artifícios para lidar com o que eu estava sentindo, que era de fundo psicológico. Abordou até a minha criação conservadora, qual seria o papel disso na minha vida sexual.

Juntando tudo isso, passei a não sentir mais dor. Meu namorado e eu nos aproximamos, nos apoiamos para fazer em casa o que foi orientado. Tudo isso tem sido legal, sinto-me muito melhor. Foi libertador, não me preocupo mais se ver um filme erótico é 'feio' ou errado. Fui procurar ajuda achando: "Como que uma pessoa vai me curar com uma coisa que é só minha e não tem nada físico?". No final, deu supercerto."

"Me sentia um lixo, aquilo arrasa com a vida da gente"

Lúcia*, 53 anos

"Sexo, para mim, sempre foi sinônimo de obrigação. Fui casada 16 anos com um homem que me violentava, fui estuprada por ele diversas vezes. Na época, não tinha outra história: o marido mandava e a gente fazia. Ele achava que eu era propriedade dele, tinha 15 anos quando o conheci e ninguém me ensinou nada. Tive diversas complicações físicas por causa da violência, mas também psicológicas, entrei em depressão profunda. Hoje, faço tratamento psiquiátrico e, há oito sessões, estou indo a uma sexóloga. Estou em um novo relacionamento, ele me ajuda bastante, a gente se dá muito bem, mas tenho muita dor durante o ato. Nesse meio tempo, foi bem difícil superar o que eu pensava sobre sexo, minha cabeça era outra. Conversando com os médicos, vejo que é diferente do que pensava, que não é obrigação, nem feio ou pecado, que faz parte de um relacionamento. Aos poucos, fui falando para a sexóloga o que eu sentia, já falamos sobre fantasia, sobre o nosso imaginário, disponho-me a sonhar e a realizar hoje. Eu nem sabia que existia esse tipo de tratamento. Preciso de mais tempo, mas estou melhorando. Antes me sentia um lixo, feia, aquilo arrasa com a vida da gente. Mas tenho esperança, agora sei que sou dona do meu próprio corpo e da minha vontade."

"Tinha muita dor, e isso gerava tristeza, ansiedade e frustração"

Carmen*, 55 anos

"Já fiz umas dez sessões de terapia sexual. Durante a minha vida tive vários parceiros, mas nunca consegui ter uma relação completa. Tinha muita dor e isso gerava tristeza, ansiedade e frustração. Isso vinha acontecendo desde os 25 anos, e acabou piorando com o tempo. Achei que tinha algum problema, mas não sabia o que era. Tive três ginecologistas e nenhum conversou comigo sobre o que poderia ser. No ano passado, estava lendo na internet e, de repente, vi uma reportagem sobre vaginismo. Li toda a matéria e me enquadrei. Eu não procurei ajuda antes porque eu não sabia, fazia meus exames regulares, e não sabia o que era. Decidi mudar de ginecologista, que me indicou uma sexóloga. Eu não desisti ainda, tenho 55 anos, mas estou no páreo!

O tratamento com a sexóloga é físico e emocional, por problemas psicológicos não conseguia relaxar. Acredito que todos os meus relacionamentos acabaram por causa disso. Todos os casais querem sexo. Hoje me sinto mais confiante de que vou conseguir superar isso. Estou mais aberta e preparada para um novo relacionamento."

*Os nomes foram trocados a pedido das entrevistadas.


Autor: Paula Minozzo
Fonte: Zero Hora

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