Os recursos terapêuticos evoluíram, e as taxas de sobrevida dos pacientes com câncer subiram. Com isso, as repercussões tardias dessas terapias, que antes não eram frequentes, assumem um papel importante em qualidade de vida. Entre as complicações que podem surgir está a perda da fertilidade.
Para os pacientes oncológicos, pessoas em idade reprodutiva e com fertilidade em risco devido a tratamentos, existe alternativas que podem ser aliadas ao desejo de ter filhos. “O diagnóstico precoce detecta cada vez mais cedo a doença. O avanço no tratamento de câncer faz com que as pessoas se recuperem. Porém, métodos como quimioterapia, radioterapia e cirurgia podem causar infertilidade”, explica a ginecologista Adriana Arent, do Fertilitat – Centro de Medicina Reprodutiva.
Segundo a diretriz da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), os riscos que tratamentos podem oferecer à fertilidade e alternativas para preservá-la devem ser registrados em prontuário. Ou seja, os pacientes devem ser informados sobre os perigos e direcionados a um especialista em preservação da fertilidade.
Diante disso, há diferentes opções para auxiliar os pacientes que se encontram nessa situação. “Para os casos de câncer em mulheres, é realizada a indução da ovulação, e os óvulos podem ser congelados e preservados para uma ocasião mais oportuna, sem os riscos inerentes ao tratamento, ou esses óvulos são fertilizados com o sêmen do parceiro, proporcionando o congelamento de embriões”, expõe Adriana Arent.
A ginecologista também destaca que outras iniciativas estão em curso e, no futuro, podem ser adotadas. “A técnica de congelamento de tecido ovariano está em estágio experimental. Com esse método, os fragmentos de ovário são retirados por laparoscopia e reimplantados após o tratamento da enfermidade”, detalha a especialista.
Para homens diagnosticados com câncer, a criopreservação do esperma segue como a única forma de preservação bem estabelecida. Segundo a especialista do Fertilitat, há a possibilidade de preservação do tecido testicular, porém o método ainda está em testes. Os óvulos, espermatozoides, tecido germinativo (ovariano ou testicular) e embriões podem manter-se preservados por tempo indeterminado, proporcionando assim o necessário para a cura do paciente.
O Fertilitat é a única clínica do Rio Grande do Sul a integrar o Oncofertility Consortium. A rede internacional une mais de 50 centros de todo o mundo, com objetivo de expandir conhecimentos, pesquisas e práticas clínicas na área da oncofertilidade.