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Relações entre o abuso de álcool, a depressão e a obesidade em mulheres jovens
 
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23/09/2009

Relações entre o abuso de álcool, a depressão e a obesidade em mulheres jovens

Estudo revela a associação entre esses transtornos para as mulheres, mas não para os homens

Há novas evidências de que a depressão, a obesidade e o abuso de álcool ou a dependência são condições relacionadas entre mulheres adultas e jovens, mas não para homens.

A partir de dados coletados com adultos jovens, com idades entre 24, 27 e 30 anos, uma equipe de pesquisadores da Universidade de  Washington verificou que quase metade da amostra apresentou critérios suficientes para uma dessas condições durante o estudo, em cada um desses pontos do tempo. Participaram do estudo 776 adultos jovens

"A proporção das pessoas com todas as três condições (depressão, obesidade e abuso/dependência de álcool) a qualquer um desses pontos do tempo é pequena”, disse Carolyn McCarty, autora principal de um novo estudo e professora-pesquisadora de pediatria e psicologia. "Para as mulheres, ocorre com maior medida a sobreposição desses problemas emocionais e de saúde na vida adulta jovem. Os homens podem desenvolver uma dessas condições, mas eles não tendem a serem conduzidos para outra condição mais tarde".

"Essas condições são problemas significativos de saúde pública. Estes abalam as famílias e a comunidade e não estão sujeitas a cura espontânea. Exige muito tempo, dinheiro e energia no tratamento”.

Os resultados do estudo revelaram que:

  • As mulheres com abuso de álcool na idade 24 eram três vezes mais prováveis de estarem obesas aos 27 anos.
  • As mulheres que eram obesas na idade de 27 anos eram duas vezes mais prováveis de estarem deprimidas aos 30 anos.
  • As mulheres que estavam deprimidas na idade de 27 anos apresentavam um risco maior para transtornos relacionados ao álcool aos 30 anos.
  • Obesidade oferece para os homens um pouco de proteção para a depressão em desenvolvimento.

McCarty disse que a pesquisa não descobriu uma progressão passo-a-passo de um desses transtornos para o outro. Porém, ela comentou que os clínicos que tratam de mulheres com uma dessas condições deveriam estar atentos a possibilidade do desenvolvimento de outro transtorno.

McCarty relatou que há duas possibilidades sobre o porquê as mulheres com abuso de álcool aos 24 anos eram mais prováveis de estarem obesas aos 27 anos.

"A entrada calórica associada com a ingestão de álcool pode aumentar os processos metabólicos que conduzem ao ganho de peso. Ou pode haver uma conexão subjacente nos níveis de dopamina, um neurotransmissor cerebral, no padrão de recompensa no cérebro, porque há o mesmo padrão de recompensa na ingestão da alimentação e do álcool. Também pode ser que algumas pessoas substituem a comida pelo álcool, conduzindo a obesidade".

Ela disse que imagem corporal pode fazer um papel fundamental para as mulheres que estão obesas aos 27 anos, sendo mais prováveis de informar depressão depois de três anos.

“A imagem corporal é particularmente importante para mulheres. Parece ocorrer uma transferência, pois, quando as mulheres se sentem mal, elas tendem a comer mais. Isso pode ter efeitos devastadores emocional e fisicamente. Mas para homens que sofrem de obesidade, o contrário é verdadeiro, a obesidade parece ser protetora contra a depressão. É a denominada teoria do ‘homem gordo alegre’, que sugere que as pessoas preponderantes estão realmente mais contentes".

A relação entre a obesidade aos 27 anos e a depressão subseqüente aos 30 anos entre mulheres pode desenvolver como resultado a automedicação.

"Pessoas que se sentem emocionalmente deprimidas podem usar o álcool para elevar o humor rapidamente ou um aumento em curto prazo. As duas condições podem ser conectadas por um mecanismo de estresse subjacente. O estresse está relacionado à depressão, assim, as mulheres sob estresse comem e bebem potencialmente mais", comentou a pesquisadora.

O estudo também demonstrou que a renda tem um efeito significante na obesidade aos 24 anos de idade, as pessoas com rendas mais altas revelaram menor risco para apresentarem problemas de peso.

McCarty disse que esse resultado não é surpreendente, já que muitos produtos com menor potencial nutricional são mais baratos, e não têm as mesmas fontes nutricionais de frutas frescas e legumes, que apresentam valores nutricionais mais elevados.

"Custa mais comer bem", comentou a pesquisadora.

McCarty acredita que são necessários programas de intervenção e que podem fazer um papel fundamental ao reduzir os custos crescentes para a saúde pública, causados por essas condições.

"A prevenção precoce é importante porque quanto mais cedo nós começamos, maior é o impacto da intervenção que nós podemos ter. As intervenções deveriam incluir a administração do estresse, assim, nós podemos proporcionar para as pessoas jovens ferramentas para contender com situações e emoções. Nós também precisamos explorar fatores subjacentes que predispõem as pessoas a essas condições, como a base familiar que não é encorajadora ou é tóxica".

Os dados do estudo foram retirados do Seattle Social Development Project, em andamento, que avalia o curso de vida de um grupo urbano de adultos jovens desde 1985. O grupo quase que foi dividido uniformemente entre homens e mulheres, e 47% eram caucasianos, 26% eram afroamericanos, 22% asiáticos americanos e 5% americanos nativos.

O estudo foi publicado na revista do General Hospital Psychiatry e contou com apoio do National Institute on Drug Abuse and National Institute of Mental Health, Estados Unidos.

Tradução: Equipe SIS.Saúde.
 


Autor:
Fonte: Eurekalert. Disponível em: http://www.eurekalert.org/pub_releases/2009-09/uow-nla092209.php

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